Depois da aprovação de uma comissão processante, que pode culminar na cassação do mandato da vereadora por Chapada dos Guimarães, Fabiana Advogada (PTB), ela usou as redes sociais para se pronunciar sobre o caso. Afirmou se sentir vítima de uma perseguição política, orquestrada pela prefeitura de Chapada dos Guimarães, pelo trabalho de fiscalização que vem desempenhando no município. A vereadora lembrou que a mesma denúncia também foi encaminhada ao Ministério Público Estadual e a entidade refutou abrir investigação contra a parlamentar por não ver indícios de improbidade administrativa.
A aprovação da Comissão Processante ocorreu na sessão da última sexta-feira, que não contou com a presença da parlamentar. Dos 10 vereadores presentes, apenas o vereador Dudu Neves (PSDB) se posicionou contrário a abertura da Comissão Processante. Não teve direito ao voto o presidente do Parlamento Municipal, Mariano Fidelis (PDT), que só poderia se manifestar em caso de empate.
A denúncia que resultou na abertura da Comissão Processante foi apresentada pelo secretário municipal de Governo, Gilberto Mello. Ele afirma que a vereadora infringiu o regimento interno da Câmara Municipal e a Lei Orgânica do Município ao supostamente advogar contra o município. A vereadora nega a acusação e afirma que o próprio Ministério Público Estadual arquivou o pedido de investigação protocolado por Gilberto Mello por considerar que não houve improbidade administrativa na conduta da parlamentar.
“O Ministério Público já pronunciou que não houve improbidade administrativa. Não quebramos o regimento interno da Casa. Estou aí, vou fazer minha defesa, a denúncia é mesma do Ministério Público de que eu estaria advogando contra o município. Não tem assinatura do token, não tem manifestação minha no processo. Não tenho porque estar preocupada, no processo que assinei quando município veio participar eu não assinei mais nada, pedi renuncia”, explicou.
Para Fabiana, a “perseguição política” teve início depois que decidiu cobrar informações da prefeitura sobre a prestação de contas do Festival de Inverno e detalhes sobre a contratação de um palco e estrutura no valor de R$ 14,7 milhões por parte do Executivo.
“Me sinto perseguida por meio da gestão por fazer fiscalização do dinheiro público. O papel do vereador é fiscalizar e fazer leis. No momento coloquei meu nome à disposição, sabia meu papel de vereadora e o estou desenvolvendo. Mesmo sofrendo perseguição, não vou desistir, vou na luta até o final. Conto com as orações e o carinho de todos. Eu vejo a revolta da população, isso não passa de perseguição”, disse durante live realizada na noite desta segunda-feira (23).
Fabiana deve ser notificada sobre a abertura da Comissão Processante contra ela até a próxima sexta-feira, dia 27 de outubro. Serão responsáveis por conduzir os trabalhos os vereadores Edmilson Bozó, como presidente da comissão, a vereadora Rosa Lisboa, como relatora e o vereador Joair Siqueira, como membro. Os vereadores terão 90 dias para concluir os trabalhos.