VIVA CHAPADA Segunda-feira, 01 de Abril de 2024, 16:02 - A | A

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PORTÃO DO INFERNO

Geólogo questiona escolha por retaludamento e diz que obra pode levar mais de 120 dias 

Michely Figueiredo
Da Redação

O presidente da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO) e professor da UFMT, Caiubi Kuhn, apontou algumas dificuldades para que o retaludamento do Portão do inferno ocorra no prazo de 120 dias, como anunciado pelo Governo do Estado, em coletiva realizada na última quinta-feira (28). Conforme o pesquisador, a falta de vias de acesso ao topo do morro podem complicar o processo de intervenção, que tem como finalidade colocar fim ao risco de deslocamentos de massas na região. As considerações foram feitas em entrevista concedida ao MTTV, da TV Centro América. 

“Para você fazer um desmonte de rocha de um local como esse precisa começar do topo para a base. Para fazer isso, é preciso subir com caminhão, com equipamentos pesados para tirar essa rocha e transportar para um outro local. Não é uma obra simples. Precisa de vias de acesso para chegar até o topo do Portão do Inferno e hoje essas vias de acesso não existem e nem sequer foi apresentado por onde elas serão feitas. O segundo ponto é para onde será descartado esse material, que também é um ponto complicado. Quando a gente considera a condicionante dessas vias de acesso, a gente consegue dizer com certa certeza que isso não será uma obra para 120 dias”, ponderou.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (28), o governador Mauro Mendes (União), juntamente com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira e a equipe técnica da pasta, anunciaram que a solução definitiva para o Portão do Inferno será o retaludamento, ou seja, o corte do morro para dar fim ao risco de deslocamento de blocos no local. A medida foi escolhida por apresentar o menor tempo de execução e valor. A previsão é que iniciada a obra, em quatro meses o trabalho esteja finalizado. Serão desembolsados R$ 29,5 milhões para a intervenção. 

O início dos trabalhos ainda depende da autorização tanto do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O projeto foi protocolado para avaliação no dia 13 de março e houve reforço sobre a urgência do pedido no dia 27 de março. 

No entanto, o Governo de Mato Grosso já realizou a contratação, com dispensa de licitação, da empresa Lotuffo Engenharia para executar o retaludamento. Durante a coletiva de imprensa, foi assinada a ordem de serviço. Está previsto no documento que assim que os órgãos federais derem o aval para a obra, a empresa tem até 5 dias úteis para começar o trabalho no Portão do Inferno. 

A obra será realizada de segunda a sexta-feira, das 7:30 às 16:30, período em que o fluxo de veículos será interrompido no trecho. A trafegabilidade será mantida das 17 horas às 7 e aos sábados e domingos. 

Para o governador Mauro Mendes, com aproximadamente dois meses de obra, já será possível eliminar o sistema pare e siga, mesmo em dias com chuva. 

“O pare e siga continua. Eu como engenheiro, conhecendo o risco, não vou contrariar parecer técnico. Quando eliminar parte do morro, que é por degraus que rebaixa, assim que avançar dois meses nessa obra, já libera o pare e siga, acaba completamente. Vai ficar mais tranquilo porque a parte de risco será enfrentada primeiro. Isso diminui o transtorno e reduz a dúvida se pode ou não ir pra Chapada”, disse o chefe do Executivo. 

Conforme o governador, o corte do morro fará um recuo de 10 metros na pista. Não há risco de atingir o sítio arqueológico existente nas imediações da obra. Se porventura com o início das obras houver qualquer alteração que chegue ao sítio arqueológico – que está a aproximadamente 80 metros de onde a intervenção ocorrerá – um arqueólogo já está contratado para fazer o resgate do sítio. Serão retirados 180 mil metros cúbicos do morro. 

Com as mudanças, o viaduto hoje existente na região do Portão do Inferno será transformado em uma área de contemplação para turistas. Não será mais permitido o acesso de veículos naquele local. O acesso se dará a pé.



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