A balsa da Água Branca retomará suas atividades a partir das 6 horas, desta segunda-feira (29). A informação foi repassada pela Prefeitura de Chapada dos Guimarães, neste domingo. A reativação do serviço será possível depois que a empresa Correa Fonseca atendeu a todas as exigências feitas pela Capitania dos Portos da Marinha. A interrupção ocorreu no dia 13 de fevereiro deste ano, durante o Carnaval. A balsa é operada pela Prefeitura de Chapada desde o ano de 2003.
Segundo o chefe da Capitania dos Portos em Mato Grosso, Henrique de Sá, a balsa foi apreendida e retirada de tráfego para evitar riscos à segurança da navegação e garantir a salvaguarda a vida humana.
"Foram longos dias de trabalho para cumprir todas as exigências vigentes na legislação marítima. Temos orgulho de informar que a Balsa Água Branca está regulamentada para sua atividade. Pedimos sinceras desculpas à população por qualquer inconveniente causado durante este período necessário e agradecemos a compreensão de todos", disse comunicado da Prefeitura.
A retomada da balsa era uma exigência da comunidade, uma vez que sem o transporte as pessoas precisavam percorrer de 30 a 40 quilômetros de estrada de chão para chegar até a cidade. Além do transporte de pessoas, a balsa também auxilia no transporte de veículos e mercadorias. Essa balsa atende cerca de 180 famílias que estão na Comunidade de Água Branca, Pantanalzinho e Roncador dos Mendes.
Além da balsa da Água Branca, as atividades da balsa do João Carro também foram suspensas pela Capitania dos Portos da Marinha. Essa ainda não conseguiu se adequar para retomar o atendimento à população de Chapada dos Guimarães. A previsão é que até o mês de agosto esse serviço possa ser restabelecido.
Reforma
A ordem de serviço para a reforma das duas embarcações, localizadas no Rio da Casca (Água Branca) e Rio Quilombo (João Carro) foi dada em 1º de abril e a previsão para a conclusão do serviço era de 60 dias.
Segundo a Prefeitura, a reforma das duas embarcações deve custar aos cofres do município R$ 860.286,80. O prefeito Osmar Froner (União) explica que após a reforma vai solicitar junto a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra - MT) a transferência de apoio financeiro para o município para custear parte das despesas.
“Após a reforma, vamos tentar fazer um convênio de transferência de apoio financeiro para o município, pelo menos para custear as despesas de combustíveis, que corresponde 25% do custo de operação das balsas”, disse o prefeito.
O município recebeu as balsas por meio de termo de sessão em 2003, e até agora já investiu R$ 11 milhões para manter o funcionamento das balsas do Rio da Casca e Quilombo.
“Um recurso que poderia estar sendo investido em educação, saúde e outras políticas que poderiam beneficiar diretamente a população, tendo em vista que o município não deveria ficar com esse ônus, após a construção de uma usina importante que gera energia e renda”, completou Froner.
Em fevereiro, as balsas foram apreendidas pela Marinha do Brasil devido a necessidade de apresentação dos Planos de Navegação, adequação das estruturas, e a Certificação de Registro das Embarcações.
Suspensão
A operação das balsas já havia sido interrompida em 2019, quando a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra) se responsabilizou pela reforma de ambas. Na oportunidade, foram acrescentados equipamentos de salvamento às embarcações. A suspensão naquele ano durou 6 meses.
Foram feiras revisão dos motores, manutenção da parte elétrica, dotação das balsas com equipamentos de salvamento como coletes salva-vidas, bóias e bote com capacidade para até 40 pessoas, além dos serviços de sinalização, iluminação, substituição dos equipamentos contra incêndio por exigência da Marinha.
Em 2019, o Governo de Mato Grosso informava que cada balsa reformada tinha capacidade para realizar a travessia de até 40 pessoas e suportar um peso máximo de 70 toneladas, em média seis a sete carros pequenos e dois caminhões de médio porte.
A embarcação que atende a comunidade de João Carro, por exemplo, realizava por dia cerca de 16 viagens (ida e volta), num percurso de 600 metros. Já a da comunidade Água Branca, fazia 12 viagens (ida e volta) em média, num trajeto de 300 metros.