OPINIÃO Terça-feira, 29 de Dezembro de 2020, 11:56 - A | A

Terça-feira, 29 de Dezembro de 2020, 11h:56 - A | A

EMANUEL PINHEIRO NETO

VLT ou BRT: Até quando teremos que debater o óbvio?

Emanuel Pinheiro Neto

Deputado federal por Mato Grosso

Nos últimos dias, o governador do estado anunciou o abandono do projeto do VLT que liga as cidades de Cuiabá e Várzea Grande e a opção pelo BRT. Segundo ele, o projeto mudou, mas o objetivo segue o mesmo. E segue mesmo?

Como funcionou a decisão pela implementação do BRT

Apesar de envolver os dois maiores municípios do estado, o debate com os prefeitos não foi uma realidade e a imposição desse novo modelo foi comunicada em coletiva de imprensa no Palácio Paiaguás.

Não é nenhuma novidade que as obras do VLT já se transformaram em uma verdadeira novela e que já passou da hora do estado se mover quando o assunto é este “rasgo” que corta as duas cidades. Mas por que não envolver os prefeitos e a bancada federal do estado nesse debate?

A resposta é simples: para evitar discordância daqueles que sabem que esta operação pode impactar – e muito – os cofres municipais, que já sofrem com os desdobramentos da pandemia na economia.

Basta olharmos as estações abandonadas nas cidades que optaram por este sistema e buscarmos por respostas sobre esta ser, realmente, a melhor solução para todos.

Por que a discussão sobre o BRT deve ser ampliada?

Todos os envolvidos nesse processo querem o melhor para a população, mas é preciso saber muito mais do que o valor da passagem e a capacidade de lotação dos veículos.

A implementação do BRT também envolve a construção e manutenção de estações, cumprimento de regras de qualidade de pavimentação, fiscalização do transporte e muito mais. E quem vai pagar esta conta? Como será a contrapartida?

Se seguirmos na lógica de “terceirização” de gastos que o governo do estado está implementando na educação, com a tentativa de transferir creches que estão sob a gestão do estado para a administração municipal, os gastos com o dia a dia do BRT ficarão para as prefeituras, que hoje já estão lutando para superar a crise.

O que a bancada federal pode fazer a respeito

Desde o início do meu mandato, me coloquei à disposição para buscar soluções junto aos envolvidos e trabalhar em prol da melhor solução para este problema.

Em julho do ano passado, fiz um pronunciamento em plenário com um teor conciliador e colocando a mim e toda a bancada federal mato-grossense à disposição do governo do estado e das prefeituras Cuiabá e Várzea Grande.

Além disso, ainda em 2019, propus na Câmara dos Deputados a criação de uma Comissão Externa de Fiscalização e Transparência das Obras do VLT, mas a iniciativa foi boicotada por quem tinha interesses, já em 2019, na mudança do modelo de transporte para o BRT.

É importante ressaltar aqui que, o nosso papel é trabalhar pela melhor opção para os municípios e fomentar o debate saudável que beneficia a todos os que aguardam há tantos anos por uma solução.



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