OPINIÃO Segunda-feira, 31 de Maio de 2021, 11:29 - A | A

Segunda-feira, 31 de Maio de 2021, 11h:29 - A | A

LUIS KOHLER

O quanto a classe farmacêutica evoluiu!

Luis Köhler

Farmacêutico, especialista em Farmacologia e Farmácia Clínica, pós-graduando em MBA Inovação e Empreendedorismo, presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC/MT), membro dos GTs de Farmácia Comunitária do CFF e CRF-MT e Conselheiro Regional do CRF-MT.

Falar da profissão farmacêutica significa ir além de diversas culturas, costumes e lendas. É voltar ao passado e reviver a nossa colonização, nossas lutas, batalhas, dores e alegrias. É lembrar do surgimento da Farmácia com os primeiros aventureiros e colonos deixados por Martim Afonso, governador das Índias Ocidentais do Brasil, que tiveram de valer-se de recursos da natureza para combater as doenças, curar ferimentos e neutralizar picadas de insetos.

Para quem não conhece a história da farmácia no Brasil começou no período colonial, após 1530, quando medicamentos e outros produtos com fins terapêuticos podiam ser comprados nas boticas (primeiras farmácias da história).

Por meio das boticas, pessoas foram curadas e vidas foram salvas. Além disso, o profissional boticário é o grande responsável pelo surgimento da indústria farmacêutica. Através de seus estudos, substâncias com propriedades de cura foram descobertas, dando origem aos medicamentos que conhecemos hoje e que são utilizados nos tratamentos atualmente.

O primeiro boticário (farmacêutico) no Brasil foi Diogo de Castro, trazido de Portugal pelo governador geral, Thomé de Souza. Desde o princípio, as farmácias têm uma importância incalculável para a sociedade, o bem-estar, a saúde e a economia em todo o mundo.

Porém, a formação farmacêutica era ministrada dentro do curso de Medicina. Somente em 1240, o imperador romano do oriente Frederico II, escreveu a carta magna criando a Farmácia como profissão independente.

Após essa data, a profissão farmacêutica evoluiu muito e hoje esses profissionais que estão na linha de frente desta categoria são os grandes responsáveis por isso. Reconhecer a importância de ser um profissional qualificado, é valorizar os anos de estudos e a evolução, a luta pela independência da profissão e o empenho depositado dia a dia destes profissionais.

Falar da profissão farmacêutica é lembrar de poetas como Monteiro Lobato que nos homenageou com o seguinte poema: “O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O Farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que o Médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a qualquer hora do dia ou da noite. O lema do Farmacêutico é o mesmo do soldado: servir. Um serve à pátria o outro à humanidade, sem nenhuma discriminação de cor ou raça”, destaca o escritor.

A evolução é tamanha que a profissão conta atualmente com dez áreas de atuação que englobam a produção industrial e análise de alimentos; as análises clínico-laboratoriais; a educação; a farmácia; a farmácia hospitalar e clínica; a indústria de medicamentos; a gestão; as práticas integrativas e complementares; a saúde pública; e a toxicologia; áreas que abarcam mais de 130 especialidades profissionais regulamentadas por meio de resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF).

No último ano vimos a importância do farmacêutico e a evolução da profissão, pois em nenhum momento esse profissional deixou de atender a sociedade. Porque devido ao último ano, os brasileiros deixaram de frequentar muitos estabelecimentos devido à pandemia da Covid-19. Porém, as farmácias foram a primeira escolha da população que precisa acessar os serviços e orientações relacionadas à saúde. Elas continuam atendendo um fluxo grande de pessoas in loco, afinal, é justamente o segmento da saúde que acabou ganhando foco neste novo cenário mundial.



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