Após a menopausa a gordura intra-abdominal aumenta quase 50%, com uma redução do gasto energético e uma diminuição da saciedade. Tudo isso ocasionado por mudanças hormonais, principalmente pela queda do estradiol!
Há também uma diminuição da massa magra, ou seja, uma tendência a perder progressivamente a massa muscular (o que chamamos de sarcopenia), já no período do climatério (algum tempo antes da menopausa, quando a mulher já começa a sofrer os efeitos das mudanças hormonais). Por isso, torna-se importante a prática de exercícios resistidos, que envolvam um levantamento de peso ou que trabalhem o esforço muscular.
Podemos observar também, no mesmo período, um risco maior de desenvolvimento de diabetes, dislipidemia (aumento do colesterol) e hipertensão, e, portanto, do aparecimento da Síndrome Metabólica, que aumenta o risco cardiovascular, com o aumento de triglicerídeos e a queda do HDL, que consideramos um componente "protetor" ao coração.
Ocorre também uma maior tendência à evolução da esteato-hepatite não alcoólica, ou doença hepática gordurosa por disfunção metabólica, popularmente conhecida como a "gordura no fígado", que é diretamente relacionada aos hábitos de vida, podendo levar a complicações como a cirrose hepática, além de nos servir como um "espelho" para o risco de infarto. Portanto, essa é a "inflamação" real, com a qual devemos nos preocupar!
Outro aspecto muito importante relacionado à obesidade na mulher é o risco de câncer, dentre eles, entre os principais, estão o de mama, de endométrio e do intestino.
Com um maior peso, também ocorrem outros problemas de saúde como a apneia do sono, a sobrecarga nas articulações, provocando dores e maiores limitações físicas.
Por isso, é fundamental ter uma boa conversa com as pacientes em todas as idades: para as mais jovens, fazê-las entender o processo futuro e a importância de cultivar os bons hábitos desde cedo; para as que estão chegando ao climatério, para que entendam o quanto a mudança no estilo de vida pode fazê-las ter uma qualidade de vida em 10 e 20 anos muito melhor do que teriam se mantivessem a rotina de hoje e, para as que já passaram pelo processo da menopausa, para que garantam uma velhice com mais independência, força e com menos dores ou doenças que comprometam essa fase.