OPINIÃO Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020, 08:51 - A | A

Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020, 08h:51 - A | A

JOÃO EDISOM

Eleição, democracia em crise?

João Edisom de Souza

Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (1990), especialização em Psicologia Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993) e mestrado em Educação pela Universidade de Cuiabá (2004). Atualmente é professor da Uniasselvi no seguinte tema: direito, filosofia e psicologia jurídica.

A democracia é invocada constantemente no discurso político. Todos querem mais democracia. Os políticos adoram qualificar suas ações como democráticas ou justificam medidas autoritárias como necessárias para defendê-la de algum inimigo. Este comportamento vem trazendo um enorme desgaste a democracia.

Podemos afirmar que a democracia na verdade não está em crise. O que realmente sofre no mundo hoje são os desejos absolutistas de se auto satisfazer através da vontade dos outros. Esta crise é do individuo que reflete no coletivo e não do coletivo que afeta o individuo. 

O que faz um senador?

Democracia não tem um conceito único. Talvez a frase mais comentada no mundo vem de Abraham Lincoln, que afirmou que “a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. Esta é uma fala sobre gestão de poder do Estado, o que não se reflete como um todo também. Muito menos se reduz a ferramentas como o direito de votar. Então afinal, onde está o ponto chave da democracia?

O exercício de liberdade, ou liberdade de escolha, passa muito mais pelo conhecimento que pelo convencimento. E talvez esteja aí o ponto chave. Conhecer para escolher e não ser convencido para escolher. Já que democracia consiste em escolhas, como escolher algo que muitas vezes as pessoas não têm a menor noção do que seja?

Do cristianismo à política atual

Para aumentar a crise, os escolhidos (candidatos) e quem vai escolher (eleitor) se nivelam em desinformação. Logo a culpa não é da democracia e sim do sistema involutivo de conhecimento reinante em muitos países do mundo.

Exemplo: o que faz um vereador? Seria primordial tanto para quem quer ser vereador quanto para quem fará a escolha do vereador saber. Traçando um paralelo com a indústria automobilística, seria como alguém (candidato) convencer o comprador (eleitor) que um fusca fará o trabalho de um trator em sua lavoura. Pior ainda: o eleitor se convencer e comprar! Isso acontece frequentemente na política.

Estes fatores do desconhecimento dificultam o renovar da politica com a qualidade e competência desejada. Quem entende o que pode fazer não convence com suas falas. Já quem não sabe não estabelece limites em suas promessas e acaba ilusoriamente convencendo quem também pouco, ou nada, entende. O resultado deste desastre de conhecimento e informação recai sobre a palavra democracia.

Voto de sangue

Dois autores conseguiram com uma frase definir muito bem as necessidades da democracia. O primeiro, a meu ver, foi Albert Einstein, quando falou que “o meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”. O segundo é Fernando Sabino: “Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um”. Entende?



Comente esta notícia

Nossa República é editado pela Newspaper Reporter Comunicação Eireli Ltda, com sede fiscal
na Av. F, 344, Sala 301, Jardim Aclimação, Cuiabá. Distribuição de Conteúdo: Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Nova Brasilândia e Primavera do Leste, CEP 78050-242

Redação: Avenida Rio da Casca, 525, Bom Clima, Chapada dos Guimarães (MT) Comercial: Av. Historiador Rubens de Mendonça, nº 2000, 12º andar, sala 1206, Centro Empresarial Cuiabá

[email protected]/[email protected]

icon-facebook-red.png icon-youtube-red.png icon-instagram-red.png icon-twitter-white.png