NOTICIÁRIO Quinta-feira, 15 de Outubro de 2020, 15:42 - A | A

Quinta-feira, 15 de Outubro de 2020, 15h:42 - A | A

DEBATE NA TV

Sem Emanuel, candidatos trocam farpas na TV

Angélica Moraes

an de acusações e alguma semelhança nas propostas marcaram o primeiro debate dos candidatos à prefeitura de Cuiabá realizado nesta quinta-feira (15) na TV Vila Real, empresa do Grupo Gazeta de Comunicação.

A novidade ficou por conta da ausência do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), candidato à reeleição, que foi substituído na bancada por um paletó em referência ao vídeo em que é flagrado colocando no paletó maços de dinheiro recebidos do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio Corrêa Junior, quando era deputado estadual.

Pinheiro informou o não comparecimento minutos antes do início do debate e justificou questões de biossegurança. A produção do debate garantiu que todas as medidas preventivas ao novo coronavírus foram seguidas.

Um embate entre a candidata Gisela Simona (Pros) e Abílio Junior (Podemos) sobre políticas públicas voltadas à mulher deu espaço a uma declaração polêmica de Abílio Junior. “Mesmo sendo mulher você é uma boa candidata”, disse ele. Gisela se sentiu ofendida e pediu direito de resposta, o que foi negado pela produção. A declaração motivou protestos do candidato Julier Sebastião (PT) que pediu que Abílio se desculpasse por ter ofendido não apenas a candidata, mas as mulheres em geral.

Abílio prosseguiu, chamando a posição de Gisela de “vitimismo” e disse que ela estava se aproveitando de uma “falha da comunicação” para fazer propaganda da candidatura. Disse ainda que a oponente havia copiado parte do plano de governo de Roberto França (Patriotas).

“Ele subestima as mulheres e capacidade de apresentação de propostas, ele não leu meu plano de governo que tem políticas voltadas especialmente às mulheres”, defendeu Gisela que falou ainda sobre a baixa representatividade feminina na política, a disparidade salarial entre mulheres e homens e a dificuldade que as mulheres têm em obter espaço no mercado de trabalho. “Por isso a necessidade de políticas públicas específicas para elas em saúde, educação e assistência social”, completou.

Para Abílio Junior o gênero não deve ser visto como critério para ocupar espaço público e sim a qualificação técnica. “Não devemos ter secretaria pintada de cor-de-rosa e chamar de Secretaria da Mulher. A qualificação será determinante para ocupar o espaço e não o gênero”, salientou.

Diversas propostas de governo se mostraram muito semelhantes, entre elas a ampliação da rede de educação com acesso à internet nas escolas, melhorias na rede básica de saúde, arborização da cidade, valorização do servidor público com enxugamento da administração e investimento no sistema de água e esgoto da Capital para que a rede seja ampliada.

O transporte coletivo foi outro ponto de polêmica. Vários candidatos citaram pagamento de propina para empresa de ônibus e a necessidade de haver uma auditoria, bem como nova licitação para ampliar o número de linhas e melhorar a qualidade do serviço oferecido, além de regulamentação dos transportes alternativos como vans, mototaxis e aplicativos.

O VLT, como não poderia deixar de ser, veio à tona. Há quem defenda a conclusão do modal de transporte, como o candidato Julier Sebastião. Há quem seja contra a conclusão do modal como Aécio Rodrigues (PSL).

“O VLT não é competência da prefeitura e está comprovado que esse investimento é inviável porque hoje existem outras alternativas. É preciso parar com o populismo e falar a verdade para a população”, disse.

Falar a verdade também foi a proposta de Gisela. “O VLT custa caro. De onde vai sair esse dinheiro?”, questionou. “Sou a favor do cancelamento do contrato de concessão”.

Também não faltaram críticas à gestão do atual prefeito Emanuel Pinheiro nas mais diversas áreas. Roberto França cobrou explicações sobre o afastamento de quatro secretários da atual gestão por suspeitas de corrupção, sendo dois na saúde (Luiz Antonio Possas de Carvalho e Huark Douglas), um na educação (Alex Vieira Passos) e o procurador-geral Marcus Brito.

Aécio Rodrigues disse que Emanuel faz praças e se esquece do cidadão. Gisela afirmou que a máquina pública está inchada por conta dos mais de 11 mil comissionados e precisa ser enxuta para se tornar eficiente. Paulo Henrique Grando (Novo) chamou a gestão da saúde em Cuiabá de desastrosa. “Há longas filas para marcar consulta e ser atendido em um posto de saúde, além da falta de insumos e medicamentos”.

Foram convidados para o debate os 8 candidatos ao Palácio Alencastro: Abílio Júnior (Pode), Aécio Rodrigues (PSL), Emanuel Pinheiro (MDB), Gilberto Lopes (PSOL), Gisela Simona (PROS), Julier Sebastião (PT), Paulo Henrique Grando (Novo) e Roberto França (Patriotas). O próximo debate entre os candidatos na mesma emissora está agendado para o dia 10 de novembro.



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