O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, autorizou o uso de bloqueadores de fogo para conter o incêndio na região do Pantanal mato-grossense. O produto, que se assemelha a um fertilizante, é uma barreira química usada no combate aos incêndios florestais aplicado no local com apoio de aeronaves. Acompanhado do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, Salles fez, nesta terça-feira, (18) um sobrevoo na região atingida pelo fogo, em Poconé, para vistoriar as ações de combate aos incêndios dentro da Operação Pantanal II. O fogo já consumiu 200 mil hectares do bioma segundo o Corpo de Bombeiros.
“Há uma discussão antiga a respeito do uso dos bloqueadores, mas está comprovado que eles têm mais eficácia no combate às queimadas do que a água pura. A utilização está autorizada nas aeronaves que ajudam no combate aos focos de incêndio, desde que dentro das regras da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e governo federal”, afirmou o ministro que pontuou ainda a aplicação de técnicas de manejo que estão se adiantado para diminuir o material orgânico que fica no local.
“Se não for manejado de maneira adequada, o acúmulo desse material em solo aumenta ainda mais a propagação do fogo em toda a região”, acrescentou.
Clima seco, altas temperaturas, ventos fortes e estiagem prolongada fazem do Pantanal um terreno fértil para que o fogo se alastre rapidamente nessa época do ano. “Não podemos desconsiderar a realidade e as características deste bioma”, observou o governador Mauro Mendes afirmando que as ações preventivas começaram em março. “Não estamos falando apenas no Pantanal, mas em todo estado. Existem realidades que são fatos e, por mais que se previna, é impossível que não haja incêndios em um território tão vasto e com clima tão seco”.
Salles também creditou às atuais condições climáticas as dificuldades em combater os focos de incêndio no bioma e garantiu que não houve atraso no início das ações.
“Temos que colocar todos os recursos disponíveis, tecnologia e pessoal respeitadas as dificuldades de logística. Realocamos recursos para que as aeronaves possam estar em ação todo o tempo, mas há questões dentro dessa sistemática de combate às queimadas que estão fora no nosso alcance”.
Na última sexta-feira (14) a Sema informou a redução em 73% no número de focos de calor no Pantanal. No dia 07, quando a Operação Pantanal II foi deflagrada, o satélite NPP registrou 1.370 focos de calor. Uma semana depois foram registrados 368. Os dados são do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT).
Além de monitorar os focos de calor o satélite, segundo o governador, é uma ferramenta usada também na fiscalização. Ele afirmou que a Sema conta com tecnologia suficiente para chegar o que acontece no estado a cada minuto.
“Temos imagens que podem demonstrar exatamente como, onde e em que ponto o fogo começou. Temos a capacidade de saber se o incêndio foi criminoso ou acidental. Não iremos penalizar indevidamente ninguém, mas responsabilizaremos, de acordo com a lei, aqueles que, por má fé ou conscientemente, causaram estes incêndios”, frisou Mendes.