Passados três anos depois de a Justiça da Itália ter condenado Robinho em primeira instância por estupro, a vítima ainda não recebeu indenização. A jovem albanesa poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (60 mil euros) por danos morais, mas, segundo o seu advogado, optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos.
"A questão nunca foi financeira, ela está em busca de justiça", afirmou Jacopo Gnocchi, advogado de defesa da mulher. Ainda de acordo com Gnocchi, ela está ciente da contratação recente do jogador pelo Santos, mas não está acompanhando a polêmica. "Nós vemos as notícias, é inevitável. Mas não temos interesse na vida pessoal de Robinho, apenas no julgamento." Robinho alega que fez sexo consentido com a jovem albanesa.
Por mais que a vítima tenha escolhido manter o anonimato durante o processo, o advogado confirma que a jovem, hoje com 30 anos, ainda vive na Itália, onde estuda e trabalha. É do entendimento de Gnocchi que ela tenha procurado suporte psicológico depois do acontecimento.
De acordo com as investigações, Robinho e outros cinco amigos levaram a mulher ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan.
Além da indenização, caso seja confirmada nas instâncias superiores, a sentença prevê nove anos de prisão. Procurado pelo Estadão, o advogado Franco Moretti, que representa Robinho na Itália, alegou a inocência de seu cliente e afirmou que não pretende antecipar o conteúdo da defesa do atacante, uma vez que o julgamento continua em aberto. A próxima audiência do caso vai ocorrer em dezembro no Tribunal de Milão, onde o processo está sendo julgado.
Robinho não vai mais procurar clubes até decisão sobre condenação por estupro
Reportagem do site GE.Globo revelou detalhes da sentença condenatória em primeira instância. Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho admitiu ter participado do ato do estupro coletivo. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para considerar o atacante culpado.
Depois da pressão de patrocinadores e torcedores, o Santos optou por suspender o contrato com o jogador na última sexta-feira. Robinho era a aposta da diretoria para atrair patrocínios ao clube, mas a condenação na Itália ganhou enorme repercussão e o Santos desistiu do negócio.