O presidente Jair Bolsonaro informou na noite desta quinta-feira 29, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que deve reeditar o decreto para a inclusão de unidades básicas de saúde (UBSs) no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O governo publicou um decreto com esse teor na segunda-feira, 26 mas recuou dois dias depois, após forte pressão da oposição e das redes sociais. A medida foi encarada pelos críticos como o início da privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). "O decreto sobre o SUS não tinha nada a ver com privatização. Grande parte da mídia fez um carnaval sobre isso", disse o presidente.
Vacina
Bolsonaro reafirmou que o governo federal não vai comprar doses da CoronaVac, a vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e que tem o Instituto Butantan, do governo de São Paulo, como parceira no Brasil.
"Procura outra", declarou Bolsonaro, durante a transmissão ao vivo nas redes sociais. "A vacina que menos tempo demorou para colocar em circulação demorou quatro anos", completou, reforçando seu discurso de que não se pode ter pressa para oferecer à população um imunizante contra o novo coronavírus.
Bolsonaro ainda reiterou críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que lidera, pelo lado político, a produção da CoronaVac no Brasil. "Em plena pandemia, (Doria) aumentou imposto de uma porção de coisas", disse o presidente. A acusação já feita em outras ocasiões, é negada pelo governador.
Cloroquina
Contrário à vacinação obrigatória, o presidente aproveitou sua "live" para renovar elogios à cloroquina, tratamento ainda sem eficácia comprovada contra a covid-19. "Quem toma cloroquina nem vai para o hospital", declarou Bolsonaro, ao lado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.