NOTICIÁRIO Quarta-feira, 21 de Junho de 2023, 17:55 - A | A

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MAIS UM EPISÓDIO

Pedido de vista adia votação do projeto Transporte Zero na ALMT

Da Redação

Um pedido de vista compartilhada em plenário, durante parecer oral da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), na sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (21), adiou a votação do projeto 136/2023, que ficou conhecido como Transporte Zero e altera a política de pesca em Mato Grosso. 

O projeto prevê a proibição do transporte, armazenamento e comercialização de pescado durante cinco anos. Segundo o Executivo, o principal objetivo é combater a pesca predatória e permitir o repovoamento de peixes nos rios de Mato Grosso, alavancanco assim o turismo de pesca e a preservação da ictiofauna. 

Na ocasião, convocado para parecer oral sobre a matéria, o deputado estadual Júlio Campos (União), presidente da CCJR, avocou a relatoria do substitutivo integral que será apresentado ao projeto de autoria do Governo do Estado. A mensagem, que tramita em regime de urgência urgentíssima, necessitava de parecer oral da Comissão para ser votada em segunda. Júlio Campos avocou a relatoria e pediu vista da matéria que foi compartilhada pelo deputado Elizeu Nascimento (PL).

Por conta disso, a matéria que tem parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais, será votada em segunda votação no próximo dia 28.

Em primeira votação o PL teve 14 votos favoráveis e cinco contrários, além de uma abstenção. Contra a matéria votaram os deputados Thiago Silva (MDB), Dr. João (MDB), Lúdio Cabral (PT), Elizeu Nascimento (PL) e Wilson Santos (PSD).

Após o pedido de vista, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União), que presidia a sessão, citou que um acordo dos deputados, no Colégio de Líderes, definiu a votação da matéria em segunda para a próxima sessão legislativa. “Hoje foi apenas para uma proforma, ele (Júlio) pediu vistas para encerrar no dia 28, mas hoje realmente é só para essa proforma de vista. Porque a votação mesmo do projeto vai ser no dia 28, isso está acertado e é assim que nós vamos fazer”, declarou o presidente.

Na tribuna, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) reforçou o acordo para votação da matéria no próximo dia 28 e informou sobre a realização de mais duas audiências públicas para discutir a mensagem governamental e o substitutivo integral que será apresentado ao projeto, sendo uma delas no dia 23 próximo, sexta-feira, em Barão de Melgaço, município que – segundo o parlamentar – tem o maior número de pescadores profissionais do Estado, com 1.600 pescadores. A outra audiência ocorrerá em Barra do Bugres, nesta quinta-feira, dia 22. 

O projeto de lei causou reação dos pescadores, por considerarem que a iniciativa pode acabar com a pesca artesanal em Mato Grosso. Conforme a proposta do Governo, durante a vigência da proposta, seria pago um auxilio pecuniário com duração de três anos, sendo um salário mínimo no primeiro ano, 50% do salário mínimo no segundo ano e 25% do salário mínimo no terceiro ano. 

Além disso, capacitação seria oferecida aos pescadores, visando a reinserção no mercado de trabalho, com foco principalmente no turismo de pesca. 

Alterações 

No entanto, as medidas foram consideradas insuficientes pela Assembleia Legislativa e o substitutivo integral apresentado. Nessa nova redação, a Assembleia atendeu a uma exigência no que diz respeito a derrubada da obrigatoriedade da comprovação do recolhimento da contribuição previdenciária relativa a venda do pescado um ano antes da solicitação do auxílio que deve ser pago pelo governo. Além disso, também foi derrubada a condição de que os beneficiários não poderiam ser cadastrados em nenhum programa social do Governo Federal ou estadual, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). 

O substitutivo ainda prevê mudança no valor do pagamento proposto pelo Governo.  Os deputados colocaram no texto o pagamento de um salário mínimo aos pescadores durante os três primeiros anos da vigência da proibição. Além disso, ainda abre a possibilidade de prorrogação no pagamento do auxílio depois dos três anos. Isso dependerá das informações que forem apresentadas pelo Observatório que será criado no Parlamento para acompanhar se a proposta vai trazer a mudança prevista na vida dos pescadores. 

Ainda no substitutivo fica proibido o estudo para instalação de novas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) nos rios Cuiabá e Vermelho. Prevê que o estado deverá promover o desenvolvimento da criação de alevinos de espécies nativas e incentivar a implantação de tanques e outros modelos de atividades de piscicultura e ofertar linha de crédito aos pescadores. 

O texto ainda permite a modalidade pesque e solte, com exceção no período de defeso. Pesque e pague também fica liberado, desde que o estabelecimento realize a emissão de Nota Fiscal dos peixes a serem transportados e armazenados pelo pescador. A pesca de subsistência realizada pelos povos indígenas, originários e quilombolas, bem como a captura de peixes às margens do rio destinados ao consumo no local ou de subsistência e a compra e venda de iscas vivas estão liberados. 

Se o substitutivo for aprovado no dia 28, segue para a sanção do governo. Caso seja sancionada, a vigência tem início em janeiro de 2024. 



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