NOTICIÁRIO Quarta-feira, 16 de Agosto de 2023, 06:57 - A | A

Quarta-feira, 16 de Agosto de 2023, 06h:57 - A | A

CAUSA AINDA DESCONHECIDA

Luz volta após seis horas de apagão em todo país

Fernando Narazaki
Folhapress

A luz foi restabelecida em todo o Brasil seis horas após o apagão, que começou às 8h31 desta terça-feira (14). O Ministério de Minas e Energia informou, no X, antigo Twitter, que o sistema havia voltado ao normal às 14h30, mas que ainda havia "ajustes pontuais" a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades".

Em Mato Grosso, 343 mil clientes foram atingidos pela falta de energia elétrica, que afetou as cidades de Juara, Cuiabá, Várzea Grande, Tangará da Serra, Paranatinga, Sorriso, Nova Mutum, Sapezal, Sinop, Rondonópolis, Araputanga, Confresa, Vila Rica, Campo Verde, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, São José dos Quatro Marcos, Lucas do Rio Verde, Poconé, Diamantino, Nortelândia, Nobres, Novo Horizonte do Norte, Tabaporã, Nova Brasilândia, Primavera do Leste, União do Sul, Nova Ubiratã, Marcelândia, Jauru, São José do Xingu, Santa Cruz do Xingu, Reserva do Cabaçal, Vila Bela da Santíssima Trindade, Gaúcha do Norte, Alto Boa Vista, Santiago do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis, Mirassol D'Oeste, Cachoeirinha, Indiavaí e Santo Antonio de Leverger e Rondolândia.

Mais tarde, durante entrevista a jornalistas, o ministro da pasta, Alexandre Silveira, confirmou que o sistema estava completamente restabelecido. À noite, a reportagem não localizou queixas nas redes sociais de pessoas relatando ainda estar com falhas no fornecimento de luz.

As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste tiveram a energia reestabelecida por volta das 10h20. Já o retorno integral no Nordeste e Norte ocorreu apenas no período da tarde.

A Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de E nergia Elétrica), com base em notificações de filiados, afirmou que 25 estados e o Distrito Federal foram atingidos pelo apagão. A única unidade federativa que escapou foi Roraima, que não está no SIN (Sistema Integrado Nacional).

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), uma pane no sistema nacional de energia afetou o fornecimento de luz e derrubou pelo menos 18,9 mil MW da rede, às 8h31.

O volume total equivale a cerca de 25% da carga que circulava no momento da falha, que é de 70 mil MW. Às 9h16, o ONS dvulgou que 6 mil MW havia sido recompostos, número que subiu para 13,5 mil MW às 12h25, até o completo reestabelecimento às 14h49.

A interrupção no Sul e no Sudeste foi uma ação controlada para evitar a disseminação do problema. Foi iniciada uma ação conjunta para o reestabelecimento da energia. As causas ainda estão sendo apuradas.

O apagão causou transtornos nas principais cidades do país, causando dificuldades no transporte público, em hospitais e serviços públicos. Consumidores e empreendedores que tiveram algum prejuízo com o apagão podem receber indenização, caso consigam provar que foram prejudicados pela queda de energia.

Silveira, determinou a criação de um grupo de trabalho com técnicos da pasta, do ONS e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para averiguar o que ocorreu.

No momento do apagão, Silveira estava no Paraguai, acompanhando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas decidiu voltar ao Brasil.

Segundo a reportagem apurou, existem várias possibilidades de caráter técnico em análise sobre o que teria provocado a queda de energia. O ONS avalia se houve um problema na Subestação Xingu, no Pará. Também averigua a interligação entre Serra da Mesa e Gurupi e Gurupi Miracema, em Goiás.

Especialistas no setor dizem que é preciso aguardar a conclusão dos técnicos. O ex-diretor-geral da Aneel Jerson Kelman é um deles. "Nessa altura qualquer hipótese sobre a causa do blackout é mera especulação", afirmou.

Kelman avalia que a gestão do sistema vem se tornando mais complexa, o que exige análises mais detalhadas sobre a operação do sistema para averiguar uma queda de energia dessa proporção.

"É fato conhecido, por exemplo, que o aumento da participação das fontes eólica e solar, principalmente no Nordeste, pode resultar em abruptas variações de produção local de eletricidade devido à flutuação dos ventos ou passagem de nuvens, causando trancos no fluxo de energia nas linhas de transmissão e na produção das hidroelétricas", afirmou, a título de exemplificação.



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