O governador Mauro Mendes (UB) exonerou o secretário estadual de Agricultura Familiar, Luluca Ribeiro e demais membros da pasta indicados pelo MDB. Ainda integra a lista de desligamentos o secretário adjunto de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, Clóvis Figueiredo Cardoso, o secretário adjunto de Administração Sistêmica, Talvany Neiverth, a chefe de gabinete Aline Emanuelle Rosendo e o assessor jurídico Ricardo Antônio de Lamonica Israfel Pereira. A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta terça-feira (23).
Segundo a nota emitida pelo Governo do Estado, a mudança ocorre para que haja "correção na gestão". A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) passa a ser comandada por Andreia Carolina Domingues Fujioka.
Andreia é advogada e servidora efetiva do Estado, como gestora governamental desde 2015. Atualmente, ela respondia pela chefia da Unidade de Gestão Estratégica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer) e foi superintendente de Concessões Rodoviárias na Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) até abril deste ano.
Luluca afirmou que ficou sabendo da exoneração via imprensa. Duas hipóteses foram levantadas para o desligamento da equipe. A primeira delas é que a retirada dos indicados do MDB seria mais um episódio envolvendo a disputa pela primeira secretaria da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Como Lulula era indicação de Janaina Riva (MDB), a ação do governador teria como foco "jogar" a parlamentar para a oposição depois das declarações dadas pelo pai da deputada, ex-presidente da AL, José Geraldo Riva, que em entrevista ao PodOlhar, declarou que a interferência do Paiaguás na eleição representava amadorismo e que o governador não gostaria de ter Janaina como oposição - porque nessa condição ela cresceria.
Outra hipótese é que a Controladoria Geral do Estado investiga supostas irregularidades na aquisição de kits para agricultura familiar com utilização de emendas parlamentares. Ao jornal A Gazeta, a CGE confirmou a apuração. O desligamento seria uma determinação do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
A pasta, durante as duas gestões Mauro Mendes, vinha sendo conduzida pelo MDB. Primeiramente, com a indicação do ex-deputado Silvano Amaral. Depois com a indicação de Teté Bezerra. Quando ela pediu para se desligar do cargo, Luluca foi o indicado. Com o episódio da exoneração, o MDB já declarou que não deve reivindicar a indicação para a condução da secretaria.