No momento em que Mato Grosso está na fase final de elaboração do seu Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, se reuniu com prefeitos e representantes do Governo Federal para tratar da implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) nos municípios. O encontro aconteceu na sede da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), na manhã desta quinta-feira (29.07).
Conforme a secretária, o estado vive um momento ímpar em que a construção do plano estadual não apenas cumpre a norma nacional, mas irá entregar à sociedade um planejamento que aponte soluções que podem ser executadas pelo Estado, em parceria com os municípios e União.
"Esta é uma agenda ambiental que por muito tempo foi renegada, e agora a discussão é central, e é uma oportunidade para que não tenhamos o mesmo passivo de outras metrópoles e possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas. Tenham a certeza de que o Governo do Estado estará junto aos municípios e ao Governo Federal para executar esta agenda em nosso estado", afirma Lazzaretti.
Conforme o secretário nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, Pedro Maranhão, o grande desafio da implementação do PNRS é a efetiva cobrança pelo serviço de coleta de lixo, e a distância entre as cidades e os aterros sanitários. Ele avalia que o encontro é importante para que os órgãos possam sentar em uma mesa e discutir soluções para esta questão.
O secretário nacional de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André Luiz Felisberto França, apresentou um passo a passo para a concessão do serviço de coleta e destinação dos resíduos sólidos, para que os municípios possam cumprir o PNRS.
"A cobrança de tarifa é uma forma de auxiliar o município a enfrentar a necessidade de investimento, e parque que aquele recurso utilizado para isso possa ser aplicado em outras coisas. A sustentabilidade da destinação dos resíduos sólidos será um grande legado", avalia França.
Aprovado a pouco mais de um ano, o novo Marco Legal do Saneamento Básico foi criado para universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor. Conforme o documento, os prefeitos devem encaminhar às câmaras municipais a proposição de instituição de cobrança dos serviços de manejo de resíduos sólidos.
O presidente da Associação Mato-Grossense dos municípios (AMM), instituição organizadora do evento, agradeceu a todos os presentes e ressaltou a importância deste tema para todos os prefeitos. "Todos nós estamos muito preocupados e comprometidos em resolver um problema crônico que é a questão do saneamento básico nos municípios. Tanto a questão da água, do esgoto, e dos lixões", assevera.
Também estiveram presentes na agenda de forma presencial o Coordenador de Articulação Institucional da Secretaria Nacional do Saneamento do Ministério, Jamaci Avelino Júnior; o superintendente da FUNASA, Francisco Holanildo; o professor da UFMT e coordenador do PERS, Dr. Paulo Modesto Filho; presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Pública (SELURB), Marcio Mateus; diretor presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (ABRELPE), Carlos Silva Filho.
De modo remoto, foi transmitida a mensagem do Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e houve a participação de prefeitos e equipes técnicas da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e de outros órgãos envolvidos.
Plano Estadual de Resíduos Sólidos
O PERS está sendo elaborado pela Sema-MT em parceria coma Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e deve abranger todo o território do estado, com horizonte de atuação de 20 anos, com a revisão a cada 4 anos. O documento retrata o panorama dos resíduos sólidos e estabelece estratégias de gestão, com ênfase nos tipos de resíduos sólidos de maior repercussão, que são os resíduos urbanos, industriais, de mineração, entre outros.
Recapeamento de pneus
Ainda durante a agenda, a secretária Mauren Lazzaretti visitou, junto ao o secretário nacional de Qualidade Ambiental do MMA, André França, uma empresa de reforma de pneus. Eles conheceram a tecnologia empregada para aumentar a vida útil de pneus usados, reduzindo o custo ao consumidor, e principalmente, que é descartado no meio ambiente. Conforme a Associação Brasileira de Reforma de Pneus (ABR), 35% das cargas que circulam por rodovias utilizam pneus novos e 65% pneus reformados.
"A tecnologia utilizada confere segurança e maior durabilidade ao pneu, o que modifica a visão que eu tinha do antigo processo de recapeamento. Ressalto também a importante redução do impacto do transporte rodoviário sobre o meio ambiente", avalia.