“Desconheço qualquer boato sobre a minha desistência à reeleição. Creio que isso seja um sonho de verão dos nossos adversários. É mais fácil o Papa Francisco renunciar ao pontificado do que eu renunciar à minha candidatura à prefeitura de Cuiabá. Fui convocado por 12 partidos que chancelaram o meu nome nessa disputa”. A declaração foi dada pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), em coletiva de imprensa concedida na última quarta-feira (23).
A política deu o tom da entrevista e um dos principais questionamentos envolveu a candidatura o seu filho, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho (PTB) à prefeitura de Várzea Grande. Críticas sobre a possível formação de um “monopólio político” nas duas principais cidades de Mato Grosso vieram até mesmo do presidente do MDB, Carlos Bezerra.
“Não existe no meu histórico político qualquer perfil de ganância ou coronelismo, minhas relações políticas sempre foram democráticas, transparentes. Emanuelzinho é jovem, mas não é criança, tem direito a tomar suas decisões e fazer o seu projeto descolado do pai. Pertence a outro partido, o PTB que, como o MDB, também tem direito de construir o seu projeto, seja em Cuiabá, no interior e em Várzea Grande”, se defendeu Emanuel.
Segundo ele, a escolha do filho por Várzea Grande se deu pela força do partido, o PTB, no município, o que faria dessa candidatura um caminho político natural. “Emanuelzinho já é deputado federal, já tem sua base e ampliou seu trabalho. Transferiu título para VG porque seu partido é muito forte lá. Considero um desrespeito ao partido e aos aliados pensar que essa candidatura tem interferência da minha parte. As lideranças políticas de VG são muito fortes e atuantes”, enfatizou.
As trocas de farpas com o governador Mauro Mendes (DEM) também foram abordadas na coletiva. Pinheiro afirmou não estar preocupado com possíveis obstáculos à sua candidatura por conta das críticas e apontamentos feitos pelo governador e aliados e disse que as obras e entregas falarão por si durante a campanha. O recado vale também para o chamado “comitê da maldade” que ele diz enfrentar desde o primeiro dia do mandato.
Como não poderia deixar de ser o vídeo de Pinheiro recebendo maços de dinheiro no escritório de Silvio Correa Junior, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, também veio à tona na coletiva.
Pinheiro, que na época era deputado estadual, se defende afirmando que irá provar que o dinheiro era um pagamento feito ao irmão Popó. “Fiz isso pelo meu irmão, era a pessoa errada na hora errada, estavam armando para outros e, para salvar a delação, um réu confesso me empurrou dentro dela. Agora é a palavra dele contra a minha”.
Quanto ao combate à Covid-19 na Capital, que também motivou alguma polêmica por conta das medidas restritivas impostas, Pinheiro reconhece que, apesar de impopulares, tais medidas foram necessárias para preservar a saúde da população. “Apesar das perdas de mais de 800 vidas e dos 23 mil casos confirmados em Cuiabá, se não fossem essas medidas a situação seria muito pior”, garantiu.
Ao falar sobre o transporte coletivo e algumas medidas que vêm sendo tomadas na Capital como a troca dos abrigos de ônibus e a construção de estações climatizadas, o prefeito defendeu a conclusão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), desde que dentro de um amplo processo de discussão com a população.
