O bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga foi submetido, nesta quarta-feira (5), a uma punção que retirou 600 mililitros de líquido do seu pulmão esquerdo, propiciando assim, "conforto respiratório", conforme ponderou o médico da Santa Casa de Batatais (SP), Antonio Marcos Barbosa. Além deste procedimento, Casaldáliga também foi submetido a uma endoscopia, que inseriu uma sonda em seu estômago para ganatir uma "dieta segura e eficiente". O bispo emérito está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, onde recebe antobióticos, a fim de combater a infecção que se instalou nos pulmões.
Casaldáliga estava internado em São Félix do Araguaia e na terça-feira foi transferido para Batatais, onde passou por uma bateria de exames. A previsão é que ele não precise ser submetido a mais nenhum procedimento, além da punção. “No momento, ele mantém uma pressão (arterial) muito boa e está cardiologicamente estável. A oxigenação no sangue, após a punção e os novos antibióticos melhorou e está mais confortável para respirar”, explicou Barbosa.
“Agora temos que esperar. É um indivíduo muito frágil, de idade avançada, com uma doença de muita gravidade”, acrescentou. Nesse sentido, o médico insistiu que ainda há “gravidade” no quadro de Casaldáliga, mas pela forma como ele reagiu ao tratamento nas primeiras 24 horas, espera-se que em quatro ou cinco dias tenha resultados mais robustos.
Dom Pedro tem o pulmão comprometido, mas as funções renais, assim como as cardíacas estão normais. Ainda jovem ele sofreu uma pneumonia que deixou sequelas permanentes no pulmão, por isso a maior fragilidade desse órgão.
Casaldáliga está bastante fragilizado pelo Parkinson, que sofre há anos, além da idade avançada. O teste para Covid-19, feito ainda no hospital de São Felix, deu negativo.
Nascido na Catalunha, Espanha, em 16 de fevereiro de 1928, o bispo católico está radicado no Brasil desde 1968. Em sua trajetória abraçou causas como a educação laica, a reforma agrária, a erradicação do trabalho escravo e o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas.
As batalhas enfrentadas pelo bispo lhe renderam repressão e censura, especialmente durante a ditadura militar, e inúmeras ameaças de morte que vieram posteriormente.
Com a mobilidade reduzida pela doença e o peso da idade, Dom Pedro segue sendo uma referência nas causas ligadas aos Direitos Humanos.