O DEM decidiu nesta segunda-feira (14) expulsar de seus quadros o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (RJ), um dos nomes históricos da legenda. Maia, que já comandou nacionalmente o DEM, rompeu com o atual presidente da sigla, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, no início deste ano.
Na ocasião, Maia reclamou de ter sido abandonado pela própria legenda na eleição para a sua sucessão no comando da Câmara. Seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP), acabou derrotado por Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Nos meses seguintes, Maia fez várias críticas ao ex-colega, afirmando, por exemplo, que ACM Neto tinha um caráter menor que sua altura, era malandro e levou o partido para o colo de Bolsonaro.
"Em reunião realizada nesta segunda-feira (14), a Executiva Nacional do Democratas decidiu expulsar o deputado Rodrigo Maia (RJ) de seu quadro de filiados. Após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha", diz a nota.
"A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado", acrescenta o texto.
De acordo com a assessoria do partido, não há informação sobre se a legenda irá pedir na Justiça o mandato do deputado.
Maia recorreu à Justiça Eleitoral para se desfiliar sem risco de perda do mandato por infidelidade partidária.
Em mensagem enviada ao jornal Folha de S.Paulo nesta segunda, ele se limitou a comparar ACM ao inquisidor espanhol Tomás de Torquemada (1420-1498).
"[Trata-se de] O presidente Torquemada Neto usando seu poder para proibir críticas à sua gestão", afirmou.
Aliado de Eduardo Paes (PSD), Maia ensaia ingresso em siglas do arco de aliança do prefeito do Rio de Janeiro, mas não respondeu sobre seu possível destino partidário.