Em reunião realizada nesta quarta-feira (29), o Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa resolveu, em votação unânime, manter as sessões legislativas concentradas apenas às quartas-feiras, como ocorre desde o período eleitoral do ano passado. Ao todo serão duas sessões, sendo uma realizada às 9 e outra às 15 horas.
O assunto entrou em pauta depois de críticas tecidas pelos próprios parlamentares, entre eles o estreante na Assembleia Legislativa, Julio Campos (UB) e do governador Mauro Mendes (UB), que esta semana ressaltou que trabalha 12 horas por dia, enquanto os parlamentares apenas uma vez por semana.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (UB), ressaltou que não é pelo fato de haver sessões apenas às quartas-feiras que os deputados não trabalham. Reiterou que as comissões funcionam todos os dias. Disse que o que pesou na decisão do Colégio foi o fato de que não há nenhum projeto parado por falta de sessão. Desta maneira, o funcionamento da casa será mantido como está.
Críticas
O deputado estadual Júlio Campos, em meados de março, afirmou que pretende fazer na Assembleia Legislativa a discussão sobre a necessidade da agroindustrialização de Mato Grosso. Mas ponderou que apenas um dia de sessão é insuficiente para isso. Por isso, pretendia apresentar o projeto para ampliar os encontros. Conforme Campos, Wilson Santos (PSD) também estaria insatisfeito com a organização das sessões.
Em resposta a Campos, Botelho afirmou que a fala do colega de parlamento não tem sentido. “Todo projeto disponível é votado. Se não está trabalhando, é a comissão dele que não está”. Júlio Campos é presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
Já o governador Mauro Mendes afirmou que mesmo trabalhando 12 horas por dia, fica com a sensação de que está fazendo pouco. Disse considerar preocupante o fato de os parlamentares realizarem sessões apenas às quartas. Botelho rebater o governador nesta quarta-feira e disse que o chefe do Executivo precisa primeiro conhecer o trabalho de um deputado e que sua colocação foi “infeliz”.
“Se ele trabalha 12 horas, deputado trabalha sábado, trabalha domingo. Deputado atende telefone, atende quem tá ligando reclamando que está faltando UTI. Então, não sei se ele atende domingo, já os deputados atendem, tenho certeza”, disparou.
As discussões sobre a frequência de sessões na Assembleia Legislativa de Mato Grosso foram levantadas depois da comparação com legislativos de outros estados, que costumam ter sessões até quatro vezes por semana. Antes da pandemia de covid-19, em Mato Grosso as sessões ocorriam às terças, quartas e quintas.