Apesar de ter participado apenas de uma campanha política como jornalista em 2018, Ana Paula Santos tem muita coisa para contar. A jornalista, que hoje trabalha como repórter da equipe de comunicação do Governo de Mato Grosso, decidiu entrar de cabeça nos bastidores de uma eleição como uma oportunidade de ter não apenas retorno financeiro, mas adquirir experiência e fazer contatos para projetos futuros.
“Gosto muito de desafios e acredito que você tem que encará-los quando vê neles um retorno”, afirma Ana Paula que participou da série de lives realizada pela Lêmure Comunicação.
A experiência lhe valeu algumas observações como, por exemplo, o fato de ainda existir um certo desconhecimento, por parte dos candidatos, sobre o trabalho da comunicação.
“Não é uma regra, mas sinto que ainda existe essa falta de entendimento. O pensamento, a ideia, o ideal não vão para a frente se a comunicação não leva isso para os eleitores. É preciso que os profissionais da comunicação, nessa hora, mostrem seu trabalho e a contribuição que eles dão para a campanha”.
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O trabalho trouxe também muitos ensinamentos como versatilidade e disposição para desempenhar diversas funções.
“Durante a campanha eu escrevi texto fiz reportagem, entrevistei, editei, tirei foto, fiz conteúdo para redes sociais, alimentei site, atendi imprensa, cuidei da imagem do candidato. Participar de campanha é se dispor a fazer tudo”, observa. “A gente tem que alinhar expectativa e realidade de uma campanha e saber que a realidade é muito diferente e, portanto, estar preparado”.
Uma das maiores dificuldades apontadas por Ana Paula foi conseguir se impor enquanto mulher jovem. Segundo ela, o assédio ainda existe em campanhas, o que faz com que muitas mulheres comunicadoras não queiram trabalhar neste universo. O cenário, no entanto, parece estar mudando quando se vê mulheres coordenando campanhas e à frente de funções antes desempenhadas por homens.
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“Se nos unirmos vamos mostrar nosso trabalho, nosso valor e conseguir mudar essa situação”, afirma.
Preparo emocional e físico também são citados como fundamentais para quem vai trabalhar em campanha política. Além disso, é preciso ter conhecimento das ferramentas digitais que se mostrarão ainda mais necessárias em um pleito que acontecerá em um ano de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19.
“Os aplicativos, têm o seu valor. O texto não vai morrer, a TV e o rádio também não. Todas as ferramentas digitais estão sendo utilizadas como muito mais frequência e vieram para somar. Um profissional completo é aquele que também sabe tirar proveito delas. Se a gente consegue se comunicar de forma mais ampla, nosso conteúdo vai muito além”.
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O preparo profissional para encarar a empreitada é importante, segundo a jornalista. Para Ana Paula o conhecimento nunca é demais e é sempre possível aprender algo diferente ou ter um novo olhar sobre um conteúdo já conhecido.
“O profissional deve estar preparado porque isso vai ajudá-lo a crescer no mercado. As pessoas, às vezes, estão muito acomodadas, mas estar alinhado com todos os conteúdos e ferramentas e como eles podem nos ajudar no trabalho é muito importante”.
