O publicitário Dácio Azevedo começou com o pé direito sua participação em campanhas em Mato Grosso. Em seu primeiro trabalho, em 2002, criou um dos jingles mais cantados e lembrados até hoje. Formado em Comunicação Social, o jornalista se especializou em publicidade e dividiu sua experiência na série de lives da Lêmure Comunicação.
Orgulhoso do trabalho que desenvolveu aqui (o primeiro de muitos) Dácio conta que toda a campanha pode ser considerada um case de sucesso porque, segundo ele, muita coisa conspirou para que ela desse certo. Quanto ao jingle, ele revela que conseguiu unir alguns elementos que ajudaram a popularizar a peça publicitária.
“Um bom jingle deve conter as qualidades do candidato. Pode pincelar um pouco a história dele na letra, mencionando fatos que fazem parte da sua biografia do candidato. Se você conseguir fazer a pessoa cantar pelo menos o refrão do jingle e, nesse refrão, houver o número do candidato, já é meio caminho andado”, ensina.
O encontro com a política veio ao acaso, afirma Dácio, após ter sido convidado por um amigo para fazer a campanha em Mato Grosso no início dos anos 2000. Após tantos anos de estrada o comunicador revela que fez mais campanhas aqui do que no Nordeste, sua terra natal.
Em que pesem todas as diferenças entre as regiões, Dácio diz que toda campanha precisa ser encarada pelo profissional como um networking e uma oportunidade de aprender, além de encarar desafios e trabalhar com pessoas diferentes.
“O time precisa estar produzindo bem, de maneira azeitada como se fosse uma máquina. Daí a importância da pesquisa que vai direcionar os trabalhos, que por sua vez devem ser feitos com comprometimento, dedicação e confiança”.
Para o comunicador, o profissional que trabalha em campanha deve ter em mente que não pode falhar. “Tem que estar disponível a hora em eu for preciso e para o que for preciso, ser comprometido e confiável. Talvez mais importante do que ter talento é ter comprometimento”, frisa.
Com relação às campanhas para as eleições deste ano, o universo digital irá dar o tom após as determinações de distanciamento social impostas pela pandemia de Covid-19. “As campanhas de agora serão 70% digitais”, afirma.
Ele lembra, no entanto, que a internet é apenas uma ferramenta assim como o marketing, a TV e o rádio. “O profissional não pode ter a falsa ilusão que a internet vai resolver todos os problemas e conquistar milhares de votos”, ressalta.
Para Dácio, a televisão continua tendo uma penetração muito grande no eleitorado, bem como o rádio, especialmente em cidades do interior. Ambas as mídias são também consideradas as mais confiáveis após o surgimento e propagação das fake news.
“Existe a necessidade de controle e uso responsável dessas ferramentas por parte de todos, inclusive dos marqueteiros. Esse ano haverá uma integração entre as plataformas de mídia e é importante todo mundo da equipe falar a mesma língua, passar a mesma mensagem e estar na mesma sintonia. Acho que esse será o grande desafio”, ensina.
