O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que será instalado na Arena Pantanal um centro de triagem e testagem em massa para detecção do novo coronavírus. No local, estarão disponíveis ainda 20 médicos para o atendimento inicial a pacientes que apresentarem da doença. O gestor pontua que a estrutura não atenderá casos graves.
Mato Grosso hoje realiza mil testes por semana através do Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen), mas pretende alcançar a capacidade de realização de 3 mil testes. Para isso contratou profissionais e investiu R$ 2 milhões na aquisição de equipamentos, que ainda não foram recebidos. O governo ainda comprou 400 mil testes da China e recebeu como doação da JBS outros 100 mil testes, que deverão chegar em breve ao estado.
Conforme Gilberto Figueiredo, parte dos testes será usada para atender a população carcerária, uma vez que a Defensoria Pública de Mato Grosso pediu que os 9 mil presos existentes no estado passassem pela verificação. Numa checagem na Penitenciária Central do Estado pelo menos 600 presos apresentavam sintomas da Covid-19.
A forma como os atendimentos ocorrerão no centro de triagem a ser instalado na Arena Pantanal ainda será anunciada na próxima semana. "Esse centro não vai substituir o atendimento em UPAS e policlínicas. Nele só iremos atender casos que não são graves", reforçou o gestor da Saúde.
Boa compra
Relatórios de auditoria produzidos pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) indicam que os testes rápidos adquiridos emergencialmente pela Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) para detecção do coronavírus custaram até 69% menos do que pagaram outros estados brasileiros por produtos similares.
A análise da CGE é relativa a duas aquisições realizadas por dispensa de licitação junto a fornecedores distintos. Em uma das compras, efetivada em abril de 2020 junto à empresa Henjo Insdustrial CO, de Hong Kong, foram adquiridos 20 mil testes rápidos no valor unitário de R$ 34,34 e valor global de R$ 682.655,34.
Para efeito de comparação, o preço médio unitário das aquisições de testes rápidos feitas pela Prefeitura do Estado de São Paulo, pelo Governo do Estado do Espírito Santo e pelas Prefeituras Municipais de Cáceres (MT) e Rondonópolis (MT) foi de R$ 110,00, diferença a menor de 69% entre o preço contratado pelo Estado de Mato Grosso e o contratado pelos estados e municípios analisados.
Segunda aquisição
Na outra aquisição, efetivada também em abril de 2020, junto à empresa PMH Produtos Médicos Hospitalares LTDA, de Brasília (DF), a SES-MT adquiriu dez mil testes rápidos no valor unitário de R$ 98,50 e valor global de R$ 985.000,00.
Para efeito de comparação, o preço médio unitário das aquisições de testes rápidos feitas pelos Governos dos Estados de São Paulo, do Espírito Santo e do Amazonas foi de R$ 128,33, 23,20% acima do valor contratado pelo Estado de Mato Grosso.
Além do preço das aquisições, principal ponto analisado neste período de pandemia, também foram verificadas a conformidade da instrução processual e a transparência das compras de testes rápidos para atender profissionais de saúde e de segurança pública, bem como casos graves, óbitos e suspeitos de contaminação.