O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou que não esteve presente na reunião realizada nesta quinta-feira (3) com o governador Mauro Mendes (DEM) e os demais prefeitos eleitos pelo MDB porque respeitou a vontade de sua base aliada. O emedebista pontua que chegará o momento de conversar com Mendes, mas vai esperar primeiro o 'serenar dos ânimos". O pedido da base foi feito diante do fato de que o encontro foi organizado por lideranças políticas que não estiveram em seu palanque durante a disputa municipal.
"As lideranças políticas, inclusive várias do nosso arco de alianças, todas elas lá no palanque do nosso adversário ou se omitindo no processo para não desagradar o governador. Mas acho que de qualquer forma a arte de política é o diálogo, é a convergência, é o respeito às opiniões divergentes, ao contraditório. Vai chegar o momento, vamos conversar, vamos esperar serenar os ânimos, minha base não está errada, eles estão muito machucados, muito feridos, inclusive com lideranças do partido deles mesmos", destacou.
Mendes se reúne com prefeitos eleitos do MDB; Pinheiro não participou
A ausência de lideranças se deu pelo desgaste carregado por Emanuel em razão do escândalo do Paletó. O resultado no primeiro turno também não foi animador, uma vez que o emedebista terminou o pleito em segundo lugar.
O prefeito reeleito pontuou que aqueles que estiveram ao seu lado na disputa municipal ficaram muito magoados pela ausência de lideranças dos 11 partidos que compuseram o arco de alianças que sustentou sua campanha ao longo do processo eleitoral. Pode-se citar aqui a não presença tanto da deputada estadual Janaina Riva como do deputado federal Carlos Bezerra, ambos do partido de Emanuel. Janaina no primeiro turno declarou apoio à candidatura de Roberto França (Patriota). Já no segundo turno não chegou a fazer campanha para Abílio, mas disse que o natural seria caminhar com o candidato do Podemos.
"Isso causou uma mágoa muito grande e ganhamos a eleição na garra, na raça, no amor, na paixão. Então, eles não acham justo agora depois de conseguirmos conquistar uma vitória histórica eles entenderam que seria oportunismo do meu partido ou de qualquer um outro querer encostar nessa vitória que é uma vitória do povo, não foi da elite política. Então, eu compreendi, acho que eles tem razão, não quero esse embate, esse choque com o meu partido e nem com partidos aliados. A partir do momento oportuno, na hora certa nós vamos reconstruir isso e somar certo. Política não é divisão, é soma. Somar para continuar trabalhando cada vez mais por Cuiabá", salientou.
Emanuel Pinheiro foi reeleito no último dia 29 com 51,15% dos votos válidos, o que correspondeu a 135.871 votos. No seu primeiro discurso pós eleição, o emedebista fez um apelo ao governador Mauro Mendes para que a fase de atritos entre ambos chegasse ao fim e que a "bandeira branca da paz" fosse levantada. O gestor considera que se houver um trabalho conjunto, Cuiabá será ainda mais beneficiada. E o governador já deu sinais neste sentido.
Ao ser reeleito, Pinheiro faz apelo a Mendes: "vamos construir pontes"
Em entrevista concedida ao site Midia News, o coordenador da campanha de Pinheiro, Valderlúcio Rodrigues pontuou que o prefeito sofreu muitos ataques durante a campanha e ninguém se prontificou a construir pontes nesse período. Não obstante, agora que foi eleito, todos querem auxiliar na aproximação. O coordenador se referia principalmente ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) e a deputada Janaina.
O grupo considera que a ponte deve ser feita pelo deputado federal Emanuelzinho (PTB). O próprio prefeito chegou a dizer que incumbiria o filho dessa articulação. "Vamos nos reunir e nós mesmos construir essa ponte com o Governo. Quem não apoiou, não precisa construir pontes. O deputado Emanuelzinho vai ser a ponte nessa aproximação”, disse Vanderlúcio ao Midia News.
