Também compondo a mais antiga instituição literária de Mato Grosso, a Academia Mato-grossense de Letras (AML), a docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Divanize Carbonieri, tomou posse na última sexta-feira (8). Professora associada do Departamento de Letras, ela leciona na área de literaturas de língua inglesa, e agora ocupa também a cadeira de número 17 deste patrimônio, que segue em atividade desde a sua fundação em 1921.
Representando o reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva, o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência, maestro Fabrício Carvalho, que também assumiu recentemente a cadeira de número 23 na AML, falou sobre a relevância da entrada da docente na Academia, que para ele acentua ainda mais o protagonismo feminino e científico.
“Esse dia 08, que celebramos o Dia Internacional das Mulheres, foi um momento histórico para a literatura brasileira. A professora Divanize Carbonieri é uma referência na nova literatura brasileira, nessa produção pujante, que vem de dentro do Brasil e valida o seu esforço, e a sua trajetória de muita competência. E não apenas por ser uma mulher atuante que fala por si só, mas fala por várias, e várias minorias”, ressaltou Fabrício Carvalho.
Para Divanize Carbonieri, o momento é de fato histórico para a Academia Mato-grossense de Letras. “Temos uma mulher tomando posse durante a gestão de uma mulher negra como presidente da casa, a poeta e escritora Luciene Carvalho, que, por sua vez, recebeu o cargo de outra presidente, a escritora e jornalista Sueli Batista. Nos mais de cem anos de existência da AML, é a primeira vez que isso acontece, e justamente no Dia Internacional da Mulher”, destacou.
Gênero, respeito e difusão do conhecimento
Ainda sobre a docente, Fabrício Carvalho complementou que o discurso da nova membro da AML foi e é um ato de resistência e luta. “Quando ela fala que a gente precisa de mais pretos, mais pretas, mais índios, indígenas, mais LGBTQIAPN+, mais gente representativa na academia, e é um esforço que nós na UFMT compactuamos também. A UFMT é um espaço da diversidade, é um espaço de encontro de ideias”, destacou, complementando que a luta é pela distribuição da informação cultural, por meio da literatura, da música, do audiovisual”, disse.
Para a pesquisadora e docente, o ingresso na Academia Mato-grossense de Letras pode contribuir para o aumento do interesse na literatura escrita por mulheres em Mato Grosso. “Com a minha chegada, também aumenta a participação feminina na casa: serei a décima quarta acadêmica entre as vivas. Tomando posse, sinto que minha responsabilidade na divulgação, estudo e pesquisa da literatura mato-grossense torna-se ainda maior. Em décadas passadas, a UFMT teve um papel de destaque no fomento da literatura mato-grossense”, ressaltou.
Em relação aos desafios, ela acredita que a instituição deva voltar a ocupar esse lugar de centralidade no cenário literário do estado. “Muitos dos mais importantes escritores e escritoras mato-grossenses fazem ou fizeram parte do quadro da UFMT. Vários deles e delas, inclusive, compõem a bancada de acadêmicos da AML, mostrando que há anos já há um estreito relacionamento entre as duas instituições, relacionamento esse torna-se ainda mais próximo com nossa entrada”, pontuou.
A Casa Barão de Melgaço, casa que pertenceu ao Barão de Melgaço, está localizada no centro de Cuiabá, Rua Barão de Melgaço, Nº 3869, onde funciona também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.