Compreender o universo escolar, seja na estrutura física, didática e também de forma social, requer planejamento e ações pertinentes. Uma delas é a realização de um Planejamento Prático Individualizado (PEI) que possa ser aplicado no dia a dia.
O PEI tem como objetivo identificar as adaptações e o apoio específico necessário para cada estudante de forma individual, ou seja, considerando as suas necessidades únicas para que possa ser verdadeiramente incluído. Isso significa conhecer o aluno com profundidade e prover materiais de aprendizagem em formatos acessíveis, além de assistência na comunicação e tecnologia de informação, entre outros pontos.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, o PEI auxilia os profissionais a atuarem de forma mais assertiva e prática na sala de aula. “Estamos lidando com pessoas diferentes, que têm necessidades diferentes, por isso realizar um planejamento educacional individualizado é fundamental para que a inclusão e a aprendizagem sejam possíveis”, afirma.
A especialista explica que o PEI é algo que precisa ser elaborado em etapas e em equipe, com a participação das pessoas mais importantes no processo. “É necessário envolver especialistas e professores da educação especial, como os da área de psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia, além da equipe gestora da escola, os pais dos estudantes e os próprios alunos, se possível”, orienta.
Um dos objetivos é remover qualquer barreira que possa limitar ou impedir a participação social e exercício do direito à acessibilidade. “Essas barreiras podem ser diversas: urbanísticas, arquitetônicas, nas comunicações e na tecnologia, por exemplo”, explica Mara. “A intenção é buscar as soluções mais adequadas para as necessidades educacionais de estudantes que exigem caminhos alternativos para aprender”.
De acordo com Mara, a inexistência de um plano individualizado pode inviabilizar a inclusão escolar, levando a um desempenho ruim dos alunos e pouco avanço em seu caminho escolar. “É importante saber que a revisão e reformulação do PEI deve ser feita periodicamente para que o profissional de ensino possa estabelecer e ajustar ações práticas que ajudem na transformação dos alunos. Para auxiliar os profissionais, disponibilizamos um Manual prático para elaboração do PEI, que foi desenvolvido por nós”, conta.
A formulação do PEI exige que algumas etapas sejam cumpridas, segundo a neuropedagoga:
- O profissional deve conhecer bem o aluno, traçando um perfil de suas habilidades, afinidades, dificuldades e necessidades especiais
- Depois, precisa estabelecer metas de curto, médio e longo prazo para esse aluno, citando metodologias e materiais de apoio
- É importante que elabore um cronograma para as metas serem alcançadas
- Finalmente, é preciso avaliar com base em critérios estabelecidos e revisar periodicamente para saber se o PEI ainda faz sentido.