Quem pensa que procrastinação e preguiça são sinônimos está bastante enganado. A procrastinação, que pode se tornar incapacitante, está calcada em traumas que bloqueiam a ação. Esses traumas podem ser oriundos da infância ou de situações recentes vividas, que envolvam figuras que representem autoridade na vida do procrastinador.
E a procrastinação não anda sozinha. Ao lado dela sempre estão a ansiedade, a depressão e o complexo de inferioridade. Embora haja a consciência de que é preciso agir, o procrastinador se vê paralisado, seja por medo do julgamento, seja pela busca incessante do perfeccionismo. E nisso os prazos se esgotam, as noites de sono são prejudicadas, a produtividade fica extremamente comprometida.
Em entrevista ao Papo com Ela, a psicóloga cognitivo comportamental, Rafaelle Perin, destaca que para vencer a procrastinação é necessário que a pessoa entenda como seu corpo funciona, ou seja, quais os horários em que se sente mais disposta e apta para realizar atividades. A partir desse autocionhecimento, o primeiro passo é programar a mente para que depois disso o corpo passe a executar os comandos.
Rafaelle destaca que procrastinadores têm dificuldades com a rotina. Mas ressalta que listar atividades é um passo importante para conseguir fazer as tarefas necessárias. A psicóloga conta que desenvolveu um método no qual lista os afazeres e os divide em urgentes e importantes. Tudo que estiver na lista urgente precisa ser executado até o final do dia. O que ficou na lista de importante e não foi realizado, no próximo dia se torna urgente.
Além da listagem dos afazeres e do autoconhecimento, a profissional ainda pondera que adotar momentos de "relaxamento" intercalando as tarefas também suaviza a carga que esse movimento causa. Por exemplo, ouça uma música agradável entre as atividades, tome um chá, fa;a uma pequena meditação. Essas janelas ajudam no alívio da tensão e da ansiedade que desempenhar as obrigações causa.
Rafaelle Perin afirma que a procrastinação pode atingir desde crianças a idosos e aponta que percebeu um aumento do quadro depois da pandemia de covid-19 no consultório. Conforme dados do Google Trends, de 1º de janeiro a 17 de maio, as buscas pela palavra procrastinação aumentaram. As pesquisas sobre o tema no Brasil cresceram 90% nos últimos 5 anos.
Confira mais informações assistindo à entrevista na íntegra:
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