Passar pelo processo de autoconhecimento exige compromisso. E conhecer-se é uma das maneiras de promover saúde. Isso quem nos diz é a doutora em saúde integral e terapeuta holística, Katiucia Garcia Vilela, entrevistada do Papo Com Ela.
No entanto, poucos estão disponíveis para esse processo. O imediatismo dificulta essa caminhada que nos cobra paciência e comprometimento. “Eu não considero difícil, que seria o contrário de fácil, mas considero desafiante porque é um compromisso. As pessoas estão muito acostumadas com fast food, inclusive nos processos de autoconhecimento, nos processos de autocura e isso exige de você uma entrega maior. É um caminho de compromisso com a tua alma”, avalia a terapeuta.
Katiucia lembra que o nosso corpo é plasmável. Isso significa dizer que aquilo que em um momento está no campo do pensamento em seguida se torna uma emoção e logo é manifestada no corpo físico. É justamente nesse desencadear de ações que as doenças se manifestam.
“Costumo dizer que nós temos o todo necessário. Só estamos esquecidos disso. Então é um compromisso de alma, de saber quem sou em verdade, além dos rótulos, das cascas, dos títulos. Acredito que a humanidade está sedenta disso, por isso tanta dor em tantas searas, especialmente da saúde”.
A doutora em saúde integral afirma que um dos maiores escândalos da humanidade foi a ideia de separatividade. Corpo e mente caminham juntos. Como preconiza uma das leis herméticas, o todo é mente. Logo, estamos o tempo inteiro manifestando pensamentos e emoções. Cada célula do corpo possui consciência. Conforme a terapeuta, o ser humano é 5% perceptivo e os demais 95% ficam no inconsciente.
“Nesse momento é como se houvesse um descenso, uma descida. Começo com uma ideia, essa ideia vira uma emoção, essa emoção impregna através da minha bioquímica cerebral e de repente sou a ideia. Meu corpo manifesta aquilo que eu só pensava ser. Me torno aquilo então. É uma interconexão constante. Aquilo que era só um princípio ideal, que era só uma ideia, se estiver na polaridade do desequilíbrio, gera e se manifesta no corpo físico. Então, somos gestores constantes da nossa saúde e da nossa doença”.
Pondera que pesquisas em ciência e espiritualidade já demonstram que a consciência é a regente. Deste modo, os conceitos que tenho sobre mim são muitos mais profundos do que se pode imaginar. Por isso, o convite para revisitar frações do indivíduo que permeiam toda a sua existência enquanto espírito fazem parte desse processo de autocura.
“Estamos automatizados a acreditar que somos um pedaço de carne. E isso realmente traz consequências dolorosas, porque se sou uma máquina, um pedaço de carne, então sou incapaz, impotente e preciso que uma salvação venha de fora. É como se nos sentíssemos completamente incapacitados para gerir nossa saúde a partir de dentro. Quando tenho um pensamento, gera uma emoção, essa emoção impacta a bioquímica e isso é neurociência. Essa bioquímica dispara em todas as células da corrente sanguínea do meu corpo gerando um processo de desequilíbrio ou um processo consonante ao que eu pensei”.
Embora o processo de desequilíbrio seja doloroso, Katiucia ressalta que a doença é um convite para que haja um aprofundamento no processo de autoconhecimento. “A doença é um convite, um sinal muitas vezes doloroso para irmos a níveis mais profundos dentro de nós, dos nossos conceitos sobre nós. A gente não consegue identificar pelo amor ainda. Temos um lema que diz que quando a dor serve ao amor, torna-se propósito. Então são as portas para que consigamos lembrar que tudo é amor. Que ali foi um chamado do amor que se fez de dor, mas que em verdade é amor para que consigamos ir além daquilo que acreditamos que somos”.
Assista a entrevista na íntegra