#PAPO COM ELA Segunda-feira, 10 de Agosto de 2020, 10:08 - A | A

Segunda-feira, 10 de Agosto de 2020, 10h:08 - A | A

MOSQUITO A SOLTA

Dengue aumenta significativamente em MT e mata 15 pessoas

Quinze pessoas já morreram este ano em Mato Grosso em decorrência da dengue e os casos da doença vêm crescendo de maneira preocupante. Já são mais de 41 mil suspeitos e mais de 26 mil confirmados. Em tempos de pandemia da Covid-19, muitas pessoas têm deixado de tomar os devidos cuidados com relação a essa doença endêmica que pode levar à morte.

Ludmila Sofia de Souza, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), diz que monitorar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, o vetor da doença, deveria ser um hábito diário como escovar os dentes.

“É uma observação que não leva mais de 10 minutos, mas é muito importante. Se a cada cinco dias o morador fizer uma boa inspeção na casa, começando pela parte interna e se estendendo para a externa, já será bastante positivo”, lembrou.

Com a pandemia de Covid-19 lotando os hospitais, tomar um cuidado simples como esse é quase uma questão de vida ou morte. A dengue, assim como a doença causada pelo novo coronavírus, tem risco de gravidade maior quando a pessoa tem alguma doença crônica como diabetes e hipertensão. A faixa etária acima de 60 anos concentra 58% dos óbitos no país, ou seja, idade e comorbidades são as mesmas características do grupo de risco para a Covid-19.

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De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já registra mais de 600 mil casos prováveis de dengue apenas este ano, com 211 mortes pela doença. Ainda não existe vacina ou tratamento medicamentoso com eficácia comprovada.

Ludmila também chama a atenção para a automedicação e a busca tardia por atendimento na rede de saúde. “Nesse período estamos com o sistema de saúde voltado totalmente para a pandemia, falta capacidade para suportar mais uma doença”, alerta.

A coordenadora da SES também faz um alerta quanto ao processo de adaptação do mosquito ao longo do tempo, o que faz com que ele esteja mais presente e mais resistente. “Se antes ele tinha o hábito extremamente diurno, agora vai competir com outros mosquitos e buscar alimento também à noite”, revela. “Nos anos 80 ele preferia água limpa e parada. Hoje a literatura mostra que o Aedes já pode ser encontrado em água mais suja como fossas sépticas e bocas de lobo, por exemplo. O que ele precisa é ter contato com a água para proliferar”, acrescenta.

Tipos de vírus

Existem quatro tipos de vírus da dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença e a maneira como o organismo reage difere para cada indivíduo. A dengue não é uma doença simples, é bastante dinâmica e pode matar e, se ainda não há vacina, o combate deve ser ao mosquito.

“Acredito que a doença ainda vai nos dar um pouco de trabalho no futuro. Mais de 26 mil casos confirmados em Mato Grosso ainda é um número muito grande em um país onde a doença é assunto há mais de 40 anos”, frisa Ludmila. Falta de saneamento básico, educação e cultura por parte da população aumentam o problema.

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Por isso, de acordo com a coordenadora, o combate à doença deve ser uma responsabilidade coletiva, não deixando apenas nas mãos dos gestores.

“Fazemos campanhas educativas, comunicação pela TV e redes sociais. Será que eu, enquanto comunidade, ainda não sei como combater a existência do mosquito?”, questiona. “Posso ser cuidadosa em casa, mas se no entorno não há esse mesmo cuidado a ação não é eficaz. Temos o conhecimento ao alcance, mas precisamos olhar também para o nosso espaço de convivência, que não é só a nossa casa, é o trabalho, a igreja que frequento, os parques em que faço caminhada”, exemplifica.

Vale ressaltar que o Aedes aegypti é um mosquito de apenas 7 milímetros capaz de transmitir, além da dengue, outras três doenças: o zika vírus, a febre amarela e a chikungunya. Os sintomas iniciais são parecidos, mas as doenças evoluem de maneira diferente e podem causar danos permanentes como a microcefalia em bebês cujas mães tiveram zika na gestação.

Assista à entrevista ao #Papocomela



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