Você já se pegou numa situação que falou de forma muito agressiva o que pensava ou se calou diante de um diálogo para não ferir o outro? Esses são sinais de alerta. Eles indicam que provavelmente você está se comunicando de forma violenta. Ocorre que não fomos ensinados a dialogar de outra forma. Para que haja uma transformação e a comunicação não violenta passe a fazer parte dos nossos dias é preciso primeiramente percepção e depois muito estudo.
Conforme a psicóloga e musicoterapeuta Mariana Nunes, a comunicação violenta é uma herança do cérebro primitivo. Ele foi condicionado e aprendeu que diante de uma situação ameaçadora só existem duas opções: lutar ou fugir. Por isso, a reação da fala é agressiva ou a opção é não falar.
“A resposta de luta é quando você grita, quando você ataca alguém por meio da comunicação e a resposta de fuga é quando você se cala, quando você se isenta de emitir uma opinião para sempre evitar conflito ou muitas vezes acaba falando sempre sim, mesmo quando você quer e precisa falar não. Isso acontece para realmente se afastar, para fugir daquela situação. Só que tanto a luta como a fuga não resolvem o conflito. Na verdade, acabam até agravando”, explica.
Como somos condicionados, caso você nunca tenha estudado sobre a Comunicação Não Violenta o mais provável é que você se comunique de forma violenta.
“A gente não aprende sobre isso. Muitas vezes a gente tenta falar algo com uma intenção positiva, com uma intenção legal, mas a forma de se comunicar acaba fazendo com que a outra pessoa tente se defender, tente se proteger. Se você está passando por muitas brigas, discussões ou está se calando demais com medo de ofender, provavelmente está faltando aí essa habilidade. A Comunicação Não Violenta ela evita conflitos tanto no nível micro como no nível macro”, acentuou.
Não sem razão a Comunicação Não Violenta vem sendo considerada uma soft skills, isto é, uma habilidade interpessoal, avaliada no momento de contratação no mercado de trabalho. Ela melhora não somente sua relação profissional, como familiar e de amizade.
A Comunicação Não Violenta se baseia em quatro pilares: observação, sentimento, necessidade e pedido. Com essa estrutura de comunicação o outro fica mais aberto a ouvir o que é falado por não existir o julgamento de uma situação.
“Quando você segue esses passos consegue ter certeza de transmitir exatamente a mensagem que você deseja. Já viu quando alguém fala: - ah, mas não foi isso que eu quis dizer. Então quero dizer algo e com as minhas palavras, com os meus gestos, com o meu comportamento acabo transmitindo outra coisa. Esses passos fazem com que a gente tenha certeza, clareza da mensagem que a gente quer transmitir e faça isso chegar a outra pessoa da maneira correta. A gente pratica uma comunicação violenta sem perceber. Quando você começa a aprender sobre isso, as relações mudam, melhoram muito e essas relações são tanto afetivas num relacionamento conjugal, por exemplo, como relações de amizade, profissionais. Todos os tipos de relações podem ser beneficiados com uma comunicação assertiva”, destaca a psicóloga.
Assista à entrevista na íntegra: