O nosso conceito sobre autoestima está ligado às crendices populares que ouvimos desde que nascemos. Essas relacionam a autoestima a algo mensurável, “que dá para ser medido”, por exemplo: “ela tem alta (grande) autoestima¨ ou “ela tem baixa (pequena) autoestima¨. Esqueça tudo isso que ouviu até hoje sobre o tema e ressignifique, pois se trata de uma ferramenta poderosa e você pode usá-la a seu favor, permitindo escolhas mais saudáveis na sua vida. Porém, o que isso tem a ver com as escolhas que faço?
Te conto. Tem absolutamente tudo, porque - agora sim - o verdadeiro conceito de autoestima: ela é o eixo da nossa personalidade, todas as nossas escolhas são pautadas na autoestima. É a qualidade da relação com o seu eu e não a quantidade. Auto (o que você vê dentro de você), estima (que tenho sobre mim mesmo), ou seja, o conceito que tenho sobre mim mesmo.
Posso ter um conceito de supervalorização de mim (confundindo com alta autoestima). Pessoas que se acham mais que os outros, pessoas que precisam botar os outros para baixo para se sentirem maiores, pessoas que não percebem seus defeitos, enaltecem demais suas qualidades e são arrogantes.
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Posso ter um conceito de desvalor, desamor e desamparo de mim, pessoas que não se valorizam e não se sentem capazes, não filtram os seus defeitos, um jeito de se conceber que se puxa para baixo.
Agora, o tipo de autoestima mais comum. Estudos apontam que 60% da população têm esse tipo de autoestima, a autoestima frágil. São pessoas que tem uma sensibilidade emocional acentuada, são sensíveis a críticas, se magoam facilmente, são sensíveis à rejeição, abandono, a indiferença (gelo), desestabilizam-se com a atitude do outro, são frágeis aos aspectos relacionais, têm dificuldades de dizer não. Uma pessoa com a autoestima frágil tem a mania de ser o salvador de todos, o bonzinho para ser querido, senão não fica bem consigo mesmo, se auto critica severamente, se julga, não aceita sua imperfeição humana e tem raiva de si.
Concluindo a classificação de tipos de autoestima, temos a autoestima boa. A pessoa se aceita nas suas imperfeições, não tem necessidade de agradar, tem autenticidade, acolhe as suas falhas, se sente bem consigo, não precisa se engrandecer para provar que é bom, se ama apesar de…, se aceita como é.
A construção da nossa autoestima veio lá de trás, na nossa relação com nossos principais cuidadores, professores e ambientes de interação (mas isso fica para outro artigo). Neste vamos focar o quanto é importante saber sobre si para viver melhor.
Por isso, precisamos lidar com nossos fantasmas, nessa caverna sombria, onde estão todas as nossas decisões e como cresceu a nossa relação conosco. As nossas respostas estão lá.
Se quiserem entender seus comportamentos de autodestruição (beber demais, comer demais, automedicação, excessos de todos os tipos), de se autoproteger (evitação de lidar com a dor), de relacionamentos nocivos, de autopunição (sou culpado por tudo que acontece em meu redor), de sintomas de doenças, vai ter que visitar a caverna e ressignificar os conceitos que tem sobre si mesmo.
Investir em autoconhecimento é a saída. Ele vai te ensinar a não ancorar mais as suas escolhas nos outros e na alta performance (corpo e trabalho). Não se adie.
Não consegue sozinho? Busque ajuda, mas não se adie.
Afinal, ao fim do dia, é você com você mesmo e no máximo o seu travesseiro.