Na camiseta preta, uma das favoritas e mais usadas, uma verdade filosófica: "Broken crayons still color". Lápis de cor quebrados ainda podem colorir.
Leio e sempre me lembro de quando, criança cheia de manias, tinha medo dos lápis de cor "acabarem", do querer insistente de que todos se gastassem por igual, ou, pior, da compulsão de manter todos apontados. E algumas coisas pouco ou nada mudam com o tempo.
Já crescida, me dei conta de que estamos todos nós dentro de uma gigantesca caixa de lápis de cor, perfeita metáfora para a vida.
Alguns de nós trazemos cores vivas, alegres, brilhantes, fluorescentes até. Outros, suaves cores que acariciam o olhar. Há também os de cores sérias, solenes, cerimoniosas, imponentes. E, ainda, aqueles de cores tristes, apagadas, mas ainda cores.
Aprendi que todos nos desgastamos no nosso próprio tempo, nem todos estamos apontados. Muitos de nós, como eu, trazem por dentro grafites trincados, quebrados pelas inúmeras quedas das mãos de crianças desajeitadas.
Mas nunca perdemos nossa capacidade de colorir nosso próprio mundo, feito de telas e folhas intermináveis de papel em branco, com tudo aquilo que a imaginação e a coragem permitirem, com criatividade, arte e maestria.
De colorir o mundo de outro alguém.