Não é apenas uma data comemorativa.
De pintar tudo de rosa ou de lilás, colocar flores, escolher as palavras mais doces, as imagens mais poéticas e compartilhar por aí.
Não enquanto nossos salários ainda forem menores, mesmo desempenhando as mesmas funções.
Não enquanto nossas opiniões forem subestimadas, nossas ideias menos válidas.
Não enquanto tivermos medo de andar na rua sozinhas, enquanto formos julgadas pelo que vestimos ou como nos comportamos.
Não enquanto uma única de nós for agredida física, emocional ou sexualmente, assediada, desrespeitada, em público ou entre quatro paredes.
Não enquanto nossos ciclos sagrados e naturais forem vistos como mimimi, nossa sensibilidade como chilique, nossa fragilidade como mera TPM ou “falta de p...”.
Não enquanto patrulharem nossas vidas afetivas, sexuais e nossos úteros (inclusive se os temos). Se desejamos ou não ter filhos, fazer parto normal ou cesárea.
Se queremos ou não trabalhar, casar, amar homens ou mulheres ou ninguém.
Não enquanto transmitirmos conceitos machistas às crianças, meninos e meninas.
Não enquanto houver distinção entre cis e trans, pois ser mulher vai muito além do corpo e do RG.
Não enquanto enxergarmos em outra mulher uma rival, não uma irmã.
Hoje é dia de resistência. Força. Resiliência.
Hoje é dia da “guerreira”, da “linda”, da “gostosa”, da “sarada”, da “branquinha”, da “negra”, da “inteligente mas sem-graça”, da “feia”, da “gorda”, da “magrela”, da “coroa”, da “novinha”, da “bela, recatada e do lar”, da “sapatão”, da "louca", da "neurótica", da “recalcada”, da “mal-comida”, da "raivosa", da “biscate”... Daquela que já recebeu tantos nomes e adjetivos pela vida, pelos mais diversos motivos.
De nós todas, que não pedimos e não precisamos de rótulo, ou mesmo da opinião de ninguém para ser como somos. Maravilhosas.