Se cada escolha implica em uma ou mais renúncias, é natural que tanta gente tenha medo de se comprometer, pois quando se segue um caminho, todos os outros ficam para trás.
Abrir os braços e a vida a alguém é mesmo tarefa difícil. Significa não apenas se dispor, mas principalmente se expor.
E justamente esse é o maior dos desafios. Quem se atreve, em tempos de imagens fabricadas, estudadas, lapidadas por infinitos filtros e a busca pela aceitação instantânea, a ser ainda real?
A apresentar, oferecer, escancarar o melhor e o pior de si, da cara amassada e sem maquiagem ao acordar pela manhã às cicatrizes de dores antigas?
Os traumas de infância, carências, manias, os piores capítulos da nossa história pessoal, os itens que não mencionamos no nosso “currículo social”, aquilo que varremos envergonhados para debaixo do tapete.
Porque quase ninguém ama os “imperfeitos”, os vulneráveis, sensíveis. Muitas vezes, nem eles (nós) mesmos.
Não nos ensinaram, mas precisamos realizar o exercício da visão do apaixonado. Olhar para tudo o que somos, por dentro e por fora, com carinho. Com olhos de encanto. Olhos de primeiras vezes, sem censuras nem julgamentos.
Afinal, escolher um amor é, na verdade, escolher dois. Aquele que vem do outro e, muito antes dele, o amor próprio.
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Michelly Araújo Pantoja 18/01/2021
Muito bom
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