E foi só depois de atravessar tantas tempestades, de ver boa parte dos sonhos desfeitos, de mergulhar nos mais escuros abismos interiores, que consegui enxergar, em toda intensidade, a luz da fé que não perdi.
O corpo sente o impacto da jornada, mas não perco o entusiasmo. A bagagem pesa nos ombros, mas não me impede de seguir em frente.
E nada é capaz de me deter, de adiar esse encontro com a paz que há tanto buscava.
Nada pode me fazer deixar de sentir o calor amigo do sol na pele, como um afago, um abraço há muito esperado.
Tenho em mim a serenidade e a leveza das manhãs, como se tudo me fosse possível diante dessa força recém-adquirida. Estou entregue e integrada ao todo, pequena partícula consciente do universo.
Permito hoje me alegrar, esquecer as noites de pesadelos e dúvidas, enterrar meus mortos e enxugar as lágrimas. Relevar, revelar, ver beleza na vida, vestir cores e sorrisos.
Partir ou ficar, não mais importa. Não é mais essa a questão.
Descobri que não só faço e decido o caminho.
Descobri que o caminho sou eu.