Nada tenho além dos meus sonhos. Por isso mesmo, tenho tudo. A eles me agarro, a eles me apego, ainda mais quando a vida me parece hostil ou entediante.
Quando o mundo parece estar contra mim. Quando abro os braços e nada recebo em troca.
Basta fechar os olhos e um universo inteiro está ali, ao toque dos meus dedos, à minha vontade.
E não me importo se creio em coisas que não existem ou nem mesmo posso ter. O que nos obriga a firmar compromissos constantes com a realidade, principalmente quando ela fere?
Mergulho nos meus próprios mistérios, na companhia de todas as faces que economizo ao olhar do outro, nas profundidades daquilo que sinto e imagino.
Posso observar silenciosamente o movimento fluido dos dias, buscando sinais, significados ocultos, presságios, augúrios ou mesmo algum sentido no que me acontece enquanto respiro e pulso.
Depor as armas, esperar estratégica e pacientemente pela próxima fase, os próximos ciclos, envolta num casulo tecido cuidadosamente com fios macios, aquecida e segura.
Nas sombras, livre das pressões, das notícias, das surpresas, do medo, da dor.
A quem possa julgar, não é fuga, não é ilusão. É calmaria entre batalhas, pausa para os recomeços, repouso de um cansaço sem fim. É prova de autoamor.