Que eu nunca perca a mania insistente e abençoada de buscar em toda experiência uma lição, como quem busca decifrar formas conhecidas em nuvens carregadas.
Que nunca deixe de me surpreender, de me permitir diante da vida o estado de encantamento, mesmo que por vezes ela tente me desacreditar das coisas e das gentes.
Que aprenda a fazer dos meus erros e defeitos aprendizado, que os acertos não me envaideçam a ponto de me iludir. Antes, que encontre na vulnerabilidade minha força.
Que não me sinta só, mesmo que incompreendida ou distante. Que haja em mim multidões, exércitos, cidades inteiras de lembranças, pensamentos, ideias para alimentar o espírito inquieto que meu corpo abriga. Que eu possa reunir e transmitir tanto conhecimento quanto for possível em uma única existência.
Que minha sorte seja tão somente a retribuição do meu esforço, de toda minha intensidade, daquilo tudo o que coloco da minha essência em minhas ações, vontade tomando forma ao fazer o que acredito.
Que minhas palavras possam sempre expressar o que diz meu coração. E que ele saiba dizer verdades suavemente sinceras com coragem, querendo antes consolar do que ferir, acolher do que afastar.
E não importa quantas vezes eu me desanime, caia ou me perca de mim, que nunca me esqueça que algo muito poderoso me sustentará quando eu precisar. Que permanecerá comigo, ainda que eu tente me desvencilhar: a esperança, esta bela, simples e espontânea oração que fazemos ao tempo, cheios de fé, esperando por graças no momento certo.
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