O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou em visita a Mato Grosso nesta quarta-feira (16), que o incêndio florestal que dizima o Pantanal alerta para a necessidade de discutir formas de prevenção para que novos episódios como este não se repitam. É o pior cenário de incêndio florestal registrado no bioma nos últimos 50 anos e que já consumiu 12% de sua área. Ainda reforçou que a responsabilidade pelo que acontece na maior planície alagada do mundo é coletiva. Marinho visitou o estado para, segundo ele, dar "prova cabal do compromisso do governo federal no combate aos incêndios e no apoio necessário para que o governo de Mato Grosso empreenda os esforços necessários e possíveis para enfrentar a grave crise que hoje nos encontramos"
De acordo com o ministro, a previsão é que nos próximos 10,15 dias ocorram chuvas, que vão ajudar a combater o incêndio. "Chuvas chegando ao Pantanal representam alívio, mas não podemos abrir mão de estarmos atentos para fazer a nossa parte. Precisamos discutir formas de prevenir situações como esta. É uma lembrança de que estamos na zona de conforto. É preciso discutir prevenção para o futuro. O governo federal está aberto, solidário e pronto para trabalharmos em conjunto soluções de forma duradoura para previnir problemas futuros e preservar esse patrimônio da humanidade que é o Pantanal", asseverou.
"A responsabilidade é coletiva. Há o acúmulo de dezenas de anos de material orgânico, problemas climáticos acima da curva da normalidade. A longo prazo há uma provocação bem vinda do Congresso de refazer as formas de produção dentro do Pantanal promovendo o desenvolvimento sustentável, inserindo a população e preservando o meio ambiente. Isso precisa ser fruto do debate e nada pode ser de cima para baixo. O debate no Legislativo é pautado pela sociedade. Essa é uma oportunidade para as propostas serem colocadas de forma transparente, com cunho científico. As pessoas podem se pronunciar e o governo está a disposição para trabalhar junto nessa solução, levando em consideração o povo de Mato Grosso", declarou durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira.
Depois do decreto de situação de emergência assinado pelo governo de Mato Grosso, o governo federal liberou recursos na ordem de R$ 10,1 milhões para o combate aos incêndios florestais. Segundo o ministro, a articulação da bancada federal garantiu que as reinvindicações de Mato Grosso fossem atendidas pelo governo federal. Para que os recursos fossem liberados, a Defesa Civil do estado montou um planejamento com o auxílio da Defesa Civil Nacional para combater o cenário que se instalou no estado há praticamente dois meses.
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"Esse é um processo que foi se aprofundando ao longo do tempo a partir das primeiras ocorrências. O processo recrudesceu nos últimos 10,12 dias justamente pelo problema climático ou pelo fato de estarmos atravessando o pior momento em relação ao clima nos últimos 50 anos. Isso é fora do padrão de normalidade que a própria região do Pantanal tem atravessado", lembrou o ministro, dizendo que nesta terça-feira esteve também no Mato Grosso do Sul, que enfrenta na sua porção do Pantanal o mesmo problema com os incêndios.
As chamas já consumiram 1.650.000 hectares do Pantanal. O Corpo de Bombeiros atua na localidade desde o dia 21 de julho. Atualmente são empregados 2,5 mil homens para o combate aos incêndios florestais e o governo do estado já aplicou R$ 20 milhões em recursos para essas operações.
Chuvas
Embora o ministro se mostre animado com a previsão de chuvas no Pantanal, o governador Mauro Mendes (DEM) lembrou que as precipitações não serão suficientes para debelar as chamas. Para o chefe do Executivo, ainda há pelo menos mais um mês e meio de trabalho até que as chuvas possam dissipar os incêndios em Mato Grosso. "O tempo da operação vai até que o regime de chuvas se restabeleça e dissipe os incêndios no estado. Embora exista a previsão de chuvas entre 22 e 25 de setembro não serão suficientes. Elas melhoram, mas não debelam os incêndios. Teremos mais um mês, um mês meio de mobilização das forças para combater os incêndios no estado", destacou.