Os dezesseis macacos saguis que morreram no Parque Mãe Bonifácia perderam a vida em decorrência de uma infecção por herpes. A contaminação ocorreu provavelmente ao receberem alimentos dos frequentadores do parque. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que deve realizar uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (27) para passar mais detalhes sobre o caso.
No dia 30 de outubro o parque foi interditado temporariamente para que fosse investigada a razão da morte dos animais. A medida atendeu o protocolo de segurança biológica.
Com o laudo concluído e o descarte de risco para saúde humana, as atividades no Parque serão retomadas no próximo sábado (28). A análise dos macacos foi realizada em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso, por meio da Faculdade de Medicina Veterinária e ainda contou com a participação da Universidade de Brasília (UNB). Coube ao Centro de Controle de Zoonose de Cuiabá encaminhar os animais à instituição de ensino.
Os primatas não são naturalmente infectados pela Herpes, sendo necessário o contato humano para a infecção. O provável é que saliva contaminada estivesse presente no alimento ofertado aos saguis, que são espécies que mais se aproximam dos frequentadores do parque.
Quando a doença é transmitida do humano para o animal, como é o caso da Herpes, ela é conhecida como uma zooantropozoonoses. Embora não seja mortal para humanos, a Herpes é fatal em primatas e tem evolução rápida. Nos macacos o Herpes Simplex desenvolve um quadro severo inflamatório que pode afetar diversos órgãos, podendo causar lesão de pele e nas mucosas e atingir pulmão, coração, fígado e no sistema nervoso central. A principal manifestação é neurológica.
Depois que um macaco do grupo é contaminado a tendência é que ele espalhe entre os agregados e a doença, por ser altamente fatal, pode fazer com que todos os membros de um bando morram. Com a possibilidade, inclusive, de contaminar outros grupos de primatas.
A Sema reforça a orientação de não alimentar animais nos parques estaduais por conta própria. A alimentação inadequada é prejudicial ao animal silvestre e traz riscos, tanto aos bichos quanto a população, gera um desequilíbrio na cadeia alimentar e é proibido por lei.
As gerencias dos parques estaduais estão abertas e quaisquer dúvidas sobre regras do parque e hábitos alimentares animais podem ser esclarecidas junto com os servidores que atuam no local.