O governador Mauro Mendes (DEM) deve reforçar o palanque do candidato Abílio Junior (Podemos) por considerar que ele seria a opção com mais condição de convencer a sociedade. A informação foi publicada pelo site Midia News. Além disso, também pesaria na decisão do chefe do Executivo a sua rixa com o atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB). Em uma reunião com aliados, Mendes teria dito que é mais fácil Abílio convencer que tem um bom projeto "do que o prefeito provar que não é corrupto e não está destruindo a prefeitura".
Antes do início do período eleitoral, Mendes e Pinheiro protagonizaram vários episódios de troca de farpas por meio da imprensa. Enquanto Mendes revela a aliados o desejo de estar com Abílio, o DEM em reunião realizada nesta terça-feira decidiu fechar apoio ao projeto. Segundo o presidente estadual da legenda, Fábio Garcia, a decisão de estar como Abílio se dá pela proposta de combate à corrupção.
Já Emanuel Pinheiro agregou dois apoios de peso para essa segunda etapa da eleição municipal: o ex-ministro Blairo Maggi (PP) e o senador eleito Carlos Fávaro (PSD). A decisão de caminhar com o emedebista foi tomada em reunião realizada na manhã desta terça-feira (17) em Cuiabá. Embora o PP já estivesse no arco de aliança de Pinheiro, Maggi se manteve neutro no primeiro turno. Agora, resolveu hipotecar apoio por considerar que o prefeito tem feito uma boa gestão. Fávaro contou com o apoio do MDB na corrida para se efetivar como senador por Mato Grosso.
No encontro para selar apoio a Emanuel Pinheiro ainda estavam presentes o deputado federal Neri Geller e o estadual Paulo Araújo.
Terceira colocada
Gisela Simona (Pros), que ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura de Cuiabá, afirmou que vai declarar apoio a um dos dois candidatos no segundo turno. No entanto, afirmou que sua decisão será anunciada nesta quarta-feira. Simona considera que não pode se omitir no processo. Ela recebeu mais de 52 mil votos na disputa.
COMENTÁRIO DA NOTÍCIA
Mauro Mendes deixou de apoiar as candidaturas de Júlio Campos, seu correligionário, e de Otaviano Pivetta, seu vice, na disputa pela senatória, alegando que Fávaro o havia apoiado na eleição ao governo em 2018. Assim, por dever de lealdade, assumiu a defesa pública da candidatura de Fávaro. Sabe-se, também, que muito dessa posição do governador está relacionada a sua relação pessoal e política com o ex-governador Blairo Maggi (PP), que decidiu bancar a candidatura de Carlos Fávaro (PSD).
A notória rivalidade de Mauro Mendes com Emanuel Pinheiro, a quem ele taxa de corrupto em alto e bom som e com quem vive às turras desde que assumiu o governo, sofre, de repente, um revés inesperado: no segundo turno das eleições de Cuiabá, Carlos Fávaro, vira as costas para o governador (no sentido político) e declara apoio ao adversário de Mendes na Capital. Aliás, Fávaro e Blairo Maggi declaram apoio a Emanuel Pinheiro.
Fávaro pode argumentar que sua decisão de "apunhalar" Mendes pelas costas seria uma contrapartida ao apoio do MDB à sua candidatura. Ou obediência a uma ordem de Maggi (que por razões ainda não esclarecidas decidiu apoiar Emanuel). Na verdade, o MDB que apoiou Fávaro foi o MDB de Janaína Riva. A mesma Janaína que se coloca ao lado de Mendes e deve anunciar apoio a Abílio Junior, contrariando o MDB de Bezerra.
Ou Mendes é muito ruim de articulação política, ou muito ruim de parceiros, excetuando-se Janaína, é claro.