Numa entrevista no final da semana que passou o governador Mauro Mendes classificou o processo eleitoral que vai acontecer em novembro como “imprevisível”. Mauro Mendes avalia que o País passa por três graves crises: a da pandemia, a econômica decorrente da pandemia e a política, esta última atribuída às confusões oriundas do Palácio do Planalto, que vem provocando instabilidade política.
Mauro Mendes em razão ao afirmar que vivemos, sob o ponto de vista da política, “num cenário bastante hostil” e que as consequências disso para o pleito de novembro “são imprevisíveis”.
Sem dúvida o momento é muito perigoso. Quem acompanha as redes sociais percebe nos comentários dos internautas uma enorme insatisfação canalizada especialmente contra os políticos e a política.
Aquilo que era frustração e que serviu de motor para a eleição do presidente Jair Bolsonaro, hoje se soma a outros sentimentos como decepção, revolta, indignação, além de termos ainda um país fortemente dividido pela ideologia do ódio.
O fato é que há um cansaço irracional que leva muita gente a desprezar a política como ferramenta democrática de solução para os graves problemas nacionais.
Não há dúvida de que tudo isso, essa conjunção de fatores, acabará por ser canalizada para o processo eleitoral deste ano. E, de fato, é difícil prever como o cidadão eleitor vai se comportar nas urnas de 15 de novembro.
Podemos ter uma histórica abstenção, o que é péssimo para a democracia. Dá pra vislumbrar, também, o voto de protesto, que pode eleger gente sem o menor preparo para gerir nossas cidades. E certamente poderemos ver ainda mais acentuada a divisão ideológica que hoje permeia a política nacional e que já mostrou que não se presta para ajudar o Brasil.
Realmente é difícil imaginar que diante do atual cenário o eleitor vá ter um surto de bom senso, de responsabilidade e patriotismo a ponto de qualificar seu voto e promover uma escolha criteriosa dos candidatos.
Esse, é claro, seria o cenário ideal. E precisamos, todos, trabalhar para isso, para que tenhamos consciência da importância do nosso voto.